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Simplicidade e voz aos jogadores. Como Coelho tenta acertar o Corinthians

Perrone

19/09/2020 04h00

Simplicidade é a aposta de Dyego Coelho para tentar arrumar o Corinthians. Seja no jeito de falar, de treinar ou de jogar.

Há uma avaliação no clube de que parte dos atletas tinha dificuldade para assimilar o volume de informação passada pela antiga comissão técnica, principalmente por meio de vídeos.

Desde o primeiro dia como substituto temporário de Tiago Nunes, Coelho, mesmo sem ignorar a tecnologia, tem usado uma linguagem direta para fazer seus pedidos, além ouvir os atletas em relação a essas orientações.

Na atual comissão técnica prevalece a ideia de que quanto mais simples for a comunicação, mais os atletas se sentirão à vontade para dizer como se sentem melhor em campo.

O ex-lateral tem procurado eliminar barreiras entre a comissão e os jogadores, acostumados a uma série de protocolos na era Tiago Nunes.

Nos treinos, Coelho tem investido em repetir  situações de jogo para que seus comandados saibam o que fazer.

Uma das principais preocupações é retomar a eficiência defensiva que marcou o clube nos últimos anos. Isso passa por uma reorganização do sistema defensivo.

Nessa retomada, o vigor é valorizado. Tanto que a disposição para marcar pesou na escalação dos jovens volantes Xavier e Roni, autor de um gol, na vitória por 3 a  2 sobre o Bahia.

Essa importância aumenta com Otero, de menor capacidade defensiva, em campo. O venezuelano é visto pela atual comissão como a referência técnica do time, no entanto, precisa de ajuda na marcação. Coelho pretende explorar não apenas seus chutes de fora da área e cobranças de falta, mas também as inversões de jogo e os lançamentos.

No entorno de Coelho existe a expectativa de que ele recupere o "DNA" do time com eficiência defensiva e raça, mas sem deixar a equipe limitada a se defender e contra-atacar. A espera é por um Corinthians que também agrida o adversário.

Porém, tudo depende do tempo que Coelho terá. Apesar de Andrés Sanchez dizer que ele é o técnico do sub-20, a direção evita acelerar a busca por um novo treinador para que o ex-lateral ganhe fôlego. A efetivação dele é vista por membros da diretoria como a melhor opção para o alvinegro neste momento.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.