Tire suas dúvidas sobre a venda dos naming rights da arena do Corinthians
Abaixo, tire suas dúvidas sobre a venda dos naming rights da arena do Corinthians para a Hypera Pharma por R$ 300 milhões por 20 anos.
1 – Com a venda dos naming rights, a renda dos jogos em casa volta a ser exclusivamente do Corinthians? O clube pode usar o dinheiro como quiser? Pode investir em contratações, por exemplo?
Não. Isso só vai acontecer quando toda a dívida com a Caixa Econômica Federal relativa ao estádio for paga.
2 – A Hypera Pharma vai antecipar o pagamento das parcelas referentes aos naming rights para ajudar o Corinthians a quitar a dívida com a Caixa mais rapidamente, liberando o dinheiro gerado pela bilheteria pelo clube?
A diretoria não tem a expectativa de que isso ocorra. Dirigente ouvido pelo blog disse não haver essa necessidade porque os juros a serem pagos para Caixa não são altos, segundo o cartola. Ele não revelou a taxa.
Porém, uma das ideias do clube enquanto tentava negociar o nome da arena com outras empresas era receber o dinheiro em dez anos, justamente para acelerar a quitação da dívida.
4 – Como a Hypera Pharma vai pagar os R$ 300 milhões para colocar o nome Neo Química Arena na casa corintiana?
O pagamento será feito em 20 parcelas anuais.
5 – A venda dos naming rights resolve o pagamento da dívida pela construção da arena?
Ajuda bastante, mas não garante a quitação total do débito. Na Justiça, a Caixa alega que o fundo criado para viabilizar a construção do estádio, controlado por Odebrecht e Corinthians, deve R$ 536 milhões.
O clube contesta esse valor, principalmente por causa de multas cobradas por inadimplência. A direção alvinegra calcula o débito em cerca de R$ 490 milhões. Ou seja, em nenhum dos dois casos a receita gerada pelos naming rights é suficiente para pagar a conta.
No cálculo entram ainda juros da dívida e dos pagamentos parcelados.
Esse débito se refere ao financiamento de R$ 400 milhões feito jundo ao BNDES por intermédio da Caixa para ajudar na construção da arena .
Há ainda uma dívida a ser resolvida com a Odebrecht Participações e Investimentos (OPI) avaliada em certa de R$ 160 milhões. Andrés Sánchez espera anunciar em breve a quitação desse débito por muito menos através de um acordo.
A solução depende de aprovação dos credores da empresa, que está em recuperação judicial. Esses valores se referem a juros de operações financeiras feitas pela OPI para tocar a obra
Em relação à outra dívida, com a Odebrecht Engenharia e Construção, as partes assinaram um acordo de quitação que envolveu o repasse de CIDs (Certificado de Incentivo ao Desenvolvimento) para a empresa, além do abatimento de valores correspondentes a trabalhos que o clube considera não terem sido feitos.
6 – A venda dos naming rights influencia no acordo que o Corinthians costura com a Caixa para encerrar cobrança na Justiça?
A diretoria do clube acredita que sim. Isso porque, agora, o fundo tem uma receita fixa, independentemente da venda de ingressos para garantir ao menos parte dos pagamentos.
7 – A receita gerada pelo negociação dos naming rights passa a ser a maior fonte de renda para o pagamento da dívida relativa ao estádio?
Não. A Hypera Pharma vai desembolsar R$ 15 milhões anuais por 20 anos. De acordo com o balanço do clube, em 2019 foram repassados para o fundo R$ 39.211.000 gerados pela venda de ingressos. Em 2018, o montante enviado ao fundo por conta da bilheteria em jogos foi de R$ 41.086.000. Ou seja, nos dois casos a verba obtida com a comercialização de ingressos supera o valor anual a ser arrecadado com os namings rights.
8 – O contrato precisava ter passado antes pelo Conselho Deliberativo?
Não há um artigo do estatuto alvinegro que fale isso claramente. Os conselheiros divergem sobre o tema.
A ata de uma reunião do órgão feita em janeiro de 2017, na qual foi acordado que contratos referentes ao patrimônio do clube, incluindo os relativos à arena, passariam pelo conselho, é usada pelos que defendem a obrigatoriedade. Porém, não se fala em tentar anular a operação. Andrés agora é cobrado para exibir o contrato assinado ao conselho.
Membro da diretoria afirmou ao blog que o presidente entende não ser necessário apresentar o documento ao órgão porque ele foi assinado pelo fundo, não pelo Corinthians.
O presidente do conselho, Antonio Goulart dos Reis, diz acreditar que Sanchez enviará detalhes do acordo. Se isso acontecer, ele promete encaminhar as informações às comissões que cuidam do estádio e de assuntos jurídicos no órgão.
9 – Será paga comissão para alguma empresa pela intermediação da venda do nome da arena?
Essa é uma das principais dúvidas no clube hoje. Diretor próximo a Andrés disse que ele não informou se pagará ou não comissão. Andrés não fala com o blog, pois isso não foi possível indagá-lo sobre o tema.
Conforme apurou o blog, em tentativas anteriores, o fundo autorizou pagamento de comissão por intermediação de até 5 % em relação ao valor total do contrato.
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