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Corinthians deve pelo menos R$ 12 milhões para empresas de Fernando Garcia

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09/10/2020 04h00

O Corinthians deve pelo menos R$ 12 milhões  para as empresas de Fernando Garcia, um dos agentes mais influentes no clube, conforme apuração do blog. O empresário é irmão de Paulo Garcia, um dos donos da Kalunga e provável candidato à presidência do alvinegro em novembro. Vale lembrar que ambos não têm relação profissional.

A dívida com a Elenko Sports e a Luis Fernando Assessoria Esportiva refere-se a comissões, vendas de direitos econômicos de jogadores e até direitos de imagem de atletas.

Os direitos de imagem entram na conta porque há jogadores que cederam esse tipo de remuneração às empresas ligadas do agente.

É o caso de Renê Junior. O pagamento de seus direitos de imagem, em nome da Elenko, na qual Fernando tem sócios, integra a dívida corintiana.

O blog teve acesso ao contrato pelo qual o jogador autorizou a Elenko a receber do Corinthians seus direitos de imagem. A cláusula 4 do documento diz que o clube deve pagar R$ 5, 5 milhões para a empresa de Fernando Garcia pelo "licenciamento da exploração comercial dos direitos de personalidade" do atleta.

O documento previa o pagamento de R$ 2 milhões à vista em janeiro de 2018 e o restante em 35 parcelas de R$ 100 mil entre fevereiro de 2018 e dezembro de 2020.

O documento foi assinado por Roberto de Andrade em 3 de janeiro de 2018, um mês antes de o dirigente deixar a presidência do clube por conta do fim de seu mandato.

Na dívida corintiana com as empresas do agente também estão valores referentes aos direitos de imagem do atacante André. Foi combinado o pagamento de três parcelas de R$ 500 mil cada.

A relação de débitos com as empresas do agente é extensa e há quem avalie a dívida na casa dos R$ 20 milhões, quantia não confirmada pelo blog.

Procurado, o clube não revelou o valor da dívida com Elenko e Luis Fernando Assessoria Esportiva. O Corinthians informou por meio de sua gerência de comunicação "que valores pendentes são frequentemente negociados para adequar o fluxo de caixa aos compromissos, com repactuações de prazos e valores. Mas não comentamos valores individuais, por questões de sigilo contratual".

Fernando Garcia não quis dar entrevista sobre o assunto. O blog enviou mensagem  para Paulo Garcia no último dia 6 perguntando se ele mantém a ideia de não negociar com as empresas do irmão caso seja eleito. E se o parentesco ajudaria na negociação desse débito, atrapalharia ou seria indiferente. Ele visualizou a mensagem, mas não a respondeu até a publicação  deste post.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.