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É hora de contemplar Hamilton. Não de fazer comparações com Schumacher

Perrone

11/10/2020 11h03

Lewis Hamilton se tornou o maior vencedor da Fórmula 1 ao lado de Michael Schumacher ao vencer o GP de Eifel, na Alemanha, neste domingo (11). O empate em 91 triunfos para cada um nos provoca a pensar: o britânico é melhor do que o alemão foi?

Luto para evitar esse exercício agora. Na minha opinião não é o momento de gastar energia tentando responder algo tão difícil.

Mais prazeroso do que encarar a árdua missão de comparar pilotos de épocas diferentes, com carros e regulamentos diferentes, é desfrutar do talento de um dos maiores esportistas de todos os tempos.

Hamilton é uma lenda em atividade. Um hexacampeão mundial que caminha a passos largos para conquistar o hepta e, de novo, se igualar a Schumacher. O recorde de poles (96) já é do piloto da Mercedes.

Olhando apenas para o britânico, sem comparações, vemos um piloto cerebral, extremamente técnico, capaz de se adaptar a todos os tipos e condições de pista, forte emocionalmente e rápido. Muito rápido.

Já são motivos suficientes para você ligar a TV e contemplá-lo a cada GP. Porém, tem mais. Hamilton não é só pra ser visto dentro da pista. É para ser ouvido fora dela.

O hexacampeão amadureceu com o passar do tempo e aprendeu a usar sua voz. Ele impôs à Fórmula 1 nesta temporada a discussão sobre combate ao racismo. E o fez com a mesma habilidade com que conduz sua Mercedes, agora, não por acaso, preta.

Diante de tudo isso, recomendo que você não pense neste momento em comparar Hamilton com Schumacher, Senna, Fangio… Apenas aproveite a oportunidade de assistir a um mito escrever sua história. Deixe para fazer as comparações depois que ela estiver escrita.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.