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Novo diretor que vai cuidar da seleção terá missão de amansar políticos

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17/07/2014 01h30

Nove dias após a goleada de 7 a 1 sofrida pela seleção brasileira diante da alemã, enfim, José Maria Marin dará uma entrevista coletiva nesta quinta, pouco mais de 12 horas depois do reinício do Brasileirão. O dirigente vai quebrar o silêncio num momento em que as notícias da seleção dividem espaço com os resultados da Série A. Conveniente para ele.

A tendência é de que o presidente da CBF não anuncie agora o substituto de Luiz Felipe Scolari. Interlocutores do dirigente afirmam que no máximo ele vai divulgar o nome do diretor remunerado que tomará conta da seleção. Cartolas de federações estaduais com trânsito na CBF apostam no ex-jogador Leonardo para o cargo.

A missão do escolhido irá além da árdua tarefa de tirar a seleção do fundo do poço. Acuada politicamente, a confederação precisa de um nome que passe credibilidade ao Governo Federal e diminua a fúria de alguns políticos, como o deputado Romário, companheiro de Leonardo na conquista do tetra na Copa de 1994.

O vexame dos alemães, ressuscitou pedidos de CPIs na Câmara e no Senado. Um dia depois da final da Copa, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) apresentou projeto de Lei que permite ao TCU fiscalizar a CBF. O Bom Senso FC, movimento que defende reivindicações dos jogadores, também voltou a se posicionar contra a confederação.

Marin e Del Nero são os alvos desses políticos e do Bom Senso FC. Por isso, o cenário ideal para eles é ter como escudo um dirigente remunerado que seja bem aceito pela opinião pública e respeitado por políticos e jogadores. Ou seja, além de entender de bola o novo diretor terá que ser bom de política.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.