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Dirigentes reclamam que volta de Robinho mina projeto sobre dívidas

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10/08/2014 06h58

Enquanto a torcida do Santos vibra com o retorno de Robinho, dirigentes de times da Série A engajados no projeto de lei para refinanciar as dívidas fiscais dos clubes reclamam nos bastidores. Afirmam que a contratação joga contra a aprovação do projeto.

O argumento é de que pagar cerca de R$ 600 mil por mês pelo jogador não combina com a austeridade que os cartolas querem mostrar para as autoridades federais. O gesto, dizem, não parece ser de quem enfrenta séria crise financeira. E não ajuda a convencer o governo, principalmente a Receita Federal, de que os dirigentes vão se esforçar para pagar o novo parcelamento, controlando seus gastos

Na recente reunião que teve com representantes dos clubes, a presidente Dilma Rousseff pediu que eles apresentassem uma proposta que realmente pudessem cumprir. Frisou que não poderia acontecer de depois da lei os times voltarem a se endividar e precisarem de nova ajuda, como aconteceu desde a criação da Timemania. A loteria foi criada para eles pagarem suas dívidas.

Dirigente que está entre os que brigam pelo refinanciamento afirmou ao blog que praticamente todos cartolas envolvidos na empreitada ficaram chateados com o Santos. Contou que enquanto o alvinegro acertava o retorno de Robinho ele deixava de contratar um atleta para seu time por R$ 200 mil mensais. Ficou sem o reforço para o Brasileirão por preferir controlar os gastos.

Entre os conselheiros do Santos, a maioria festeja a volta do atacante. Até integrantes da oposição. A diferença é que os opositores afirmam que a contratação foi uma medida desesperada da situação para tentar recuperar prestígio antes da próxima eleição, no final do ano.

O blog tentou ouvir Odílio Rodrigues, presidente santista, por meio da assessoria de imprensa do clube, mas não obteve sucesso.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.