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Duelo de líderes tem quatro atletas que o Corinthians não valorizou

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14/09/2014 10h15

A disputa entre Cruzeiro e São Paulo pela liderança do Brasileiro é também um desfile de jogadores que o Corinthians pouco valorizou. Os dois clubes apostaram em quatro atletas que saíram do Parque São Jorge de graça ou rendendo pouco dinheiro. Sem falar os gastos que o alvinegro ainda tem com Pato, cada vez mais deslanchando no Tricolor. Os cruzeirenses Nilton, Everton Ribeiro e Willian completam a lista.

Em baixa quando vestiam a camisa alvinegra, os quatro saíram do clube por uma quantia que somada não chega a R$ 5 milhões.

O caso mais emblemático é o de Nilton, que se destacou nas categorias de base corintianas. Em 2009, ele foi dispensado por Mano Menezes, que hoje sofre para alcançar o time de seu ex-comandado na tabela. Na ocasião, o treinador incluiu Nilton numa relação de dispensados que tinha ainda o goleiro Weverton, os volantes Carlos Alberto e Cássio , o lateral-direito Denis e o atacante Careca

Nilton, então foi para o Vasco, que também não aproveitou financeiramente sua passagem por São Januário. No final de 2012, ele se transferiu para o Cruzeiro, após pedir a rescisão de seu contrato na Justiça por causa de salários atrasados. Como contrapartida, os mineiros só emprestaram Pedro Ken e Sandro Silva ao Vasco.

Destaque do líder do Brasileirão e presente na primeira convocação de Dunga, Everton Ribeiro não deixou o Corinthians de graça. Foi vendido para o Coritiba em 2011 por R$ 1,5 milhão, após ser emprestado para o São Caetano. Em 2013, 60% de seus direitos econômicos custaram cerca de R$ 4 milhões ao Cruzeiro, que já teria recusado uma proposta de R$ 24 milhões do Qatar.

Ao contrário de Everton e Nilton, Willian não foi formado na base do Corinthians. E não foi liberado por quase nada. Foi vendido por cerca de R$ 12 milhões para o Metalist, após virar reserva de Tite. O problema é que a maior parte do dinheiro ficou com empresários. Na ocasião, a diretoria alvinegra afirmou ter direito a 20% da negociação, aproximadamente R$ 2,4 milhões.

Mano Menezes também tem participação na saída do Corinthians de Alexandre Pato. O treinador sinalizou para a diretoria no início do ano que o atacante, contratado por cerca de R$ 40 milhões, teria pouco espaço com ele. Os dirigentes também não suportavam mais Pato. De desprezado no Parque São Jorge, ele virou artilheiro do São Paulo no Brasileirão, com oito gols até a última rodada. Enquanto isso, Jadson, envolvido na negociação com Pato, ainda briga para ser titular corintiano. E Mano já pedia mais um atacante antes de Romarinho ser vendido.

Mesmo pagando R$ 400 mil mensais (metade do salário) para Pato brilhar no São Paulo, R$ 100 mil a menos do que a remuneração de Elias, a direção corintiana não se diz arrependida pela negociação. Avalia que aliviou sua folha salarial com a saída de um atleta que estava sem ambiente no clube, mantendo em sua posse os direitos econômicos dele e ainda adquiriu Jadson.

Além dos atletas que saíram por pouco dinheiro do clube, o Corinthians também vê no duelo entre Cruzeiro e São Paulo jogadores com quem flertou e acabou não contratando. São os casos do zagueiro Dedé, do time mineiro, e do atacante são-paulino Osvaldo.

Como consolo para os corintianos, existe o fato de que o Palmeiras também observa se destacar no rival paulista um jogador que deixou escapar. Alan Kardec não permaneceu no alviverde porque o presidente Paulo Nobre quis pagar R$ 5 mil mensais a menos do que o diretor remunerado José Carlos Brunoro já tinha aceitado. Kardec tinha até topado contrato por produtividade, algo que não tem no Morumbi.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.