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Aidar critica uso de motorista, mas indicou seu ex-chofer para o São Paulo

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16/09/2014 06h00

Entre as críticas que fez à administração de Juvenal Juvêncio, Carlos Miguei Aidar reclamou do fato de o clube ter carros com motoristas à disposição dos dirigentes. Porém, o atual presidente indicou para o São Paulo um profissional que trabalhava como seu chofer particular. Ele se chama Rogério. Juvenal fez a contratação quando ainda estava na presidência.

Aliados de JJ usam esse fato para dizer que o atual presidente reclama de benesses a cartolas, mas também desfrutou de algumas.

Na entrevista à "Folha de São Paulo" em que fez ataques que culminaram com a demissão de Juvenal nesta segunda, Aidar afirmou: "Viagens para diretores, conselheiros, passagens, hospedagens. Eu vendi 20 carros. Serviam pra quê? Para buscar pessoas. Diretor com carro e motorista por conta do clube. Meu carro está aí na porta, eu dirijo meu carro. O São Paulo parou no tempo".

Indagado pelo blog, ele confirmou que recomendou a contratação de seu ex-motorista particular pelo clube. "Claro [que indiquei], ele é ótimo. Ele é motorista do clube, aliás, excelente. E me servia na OAB, foi assim que o Juvenal o conheceu. Serve várias pessoas, inclusive a mim de vez em quando. Geralmente, ando com meu carro, eu mesmo dirijo", afirmou Aidar. Além de um veículo do São Paulo, o presidente, se quiser, pode usar um que é fruto de contrato de patrocínio ligado à Federação Paulista e outro à CBF.

O chofer é apenas mais no clube que acaba envolvido na guerra entre os dirigentes. A crise já fez Aidar afastar sua filha Mariana do cargo de assessora da presidência para que ela deixasse de ser alvo de ataques da oposição. João Paulo, um dos netos de Juvenal, pediu demissão logo depois da entrevista em que Aidar detonou seu avô. Ele era diretor-adjunto de finanças. Nesta segunda, após o presidente demitir seu antecessor, foi a vez de Roberto Natel, vice-presidente do São Paulo, entregar o cargo.

Juvenal colocou mais outros dois nomes no imbróglio ao dizer que o presidente planeja demitir no final do ano Muricy Ramalho, o auxiliar Milton Cruz e o gerente de futebol, Gustavo Vieira de Oliveira, como mostrou reportagem do UOL Esporte. Assim, o conflito entre os dois cardeais já atinge do estacionamento ao vestiário do Morumbi.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.