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Tite, eleição e torcida ameaçam permanência de Mano no Corinthians em 2015

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28/09/2014 10h31

A comissão técnica do Corinthians argumenta que o time está em formação e será mais competitivo em 2015. Porém, no estafe de Mano Menezes já há quem dê como certo que o treinador não terá o seu contrato renovado ao final de 2014.

Nos últimos dias, uma série de fatores colaborou para aumentar essa sensação. O "fantasma" de Tite, as críticas da torcida e o fortalecimento da corrente de oposição no clube.

Várias entrevistas dadas por Tite fizeram com que ele crescesse no retrovisor de Mano. O ex-treinador disse que outubro é sua data limite para definir qual será o seu próximo emprego. A época, segundo ele, é boa porque já há uma definição clara de quem briga pelo título ou só por Libertadores no Brasileirão. Então os dirigentes começam a pensar na próxima temporada.

À Folha de S. Paulo, ele respondeu ter vontade de voltar ao clube do Parque São Jorge. Tite também deixou claro que topa conversar com candidatos à presidência de clubes, apesar de eles terem treinadores contratados atualmente. "Vai ter eleição no Grêmio, no Corinthians, no Palmeiras. 'Eu vou conversar contigo, Tite, pois quero ver se tu tens o meu perfil. Tu queres conversar comigo? Pois não tenho intenção de permanecer com o técnico que lá está e o contrato dele termina no final do ano'. Pensando assim em um projeto futuro eu não vejo problema nenhum", disse ele para a ESPN.

Essa afirmação se encaixa no quebra-cabeça político atual do Corinthians. É sabido que Mano sofre grande rejeição por parte do principal grupo de oposição do clube. Tite e Vanderlei Luxemburgo, do Flamengo, são dois nomes que agradam aos opositores.

A eleição normalmente acontece em fevereiro, mas um grupo de conselheiros quer a antecipação para dezembro, justamente a fim de facilitar o planejamento do time para 2015.

Nos últimos dias, o grupo de situação se dividiu ainda mais com a pré-candidatura de Ilmar Schiavenato, diretor social e homem de confiança de Mário Gobbi, fã de Mano. Os situacionistas já tinham Roberto de Andrade, ex-diretor de futebol e lançado por Andrés Sanchez como pré-candidato. Esse cenário, em tese, fortalece a oposição, grupo quase que inteiramente contrário a manter Mano.

Outro ingrediente dessa receita amarga para o atual treinador corintiano é o aumento das críticas da torcida contra ele. Após o empate em um gol com a Chapecoense, em Itaquera, a Gaviões da Fiel gritou para Mano acordar e fazer o time jogar bola. Na última sexta, foi a vez de a Camisa 12 levar faixas ao CT do clube pedindo "um treinador de verdade, que vise à vitória e que não seja retranqueiro".

Os poucos defensores de Mano no clube consideram normal a pressão da torcida, mas reclamam das declarações de Tite. Enxergam falta de ética por parte do ex-treinador.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

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