Conselho do Corinthians ignora "caso Malcom"
O Conselho Deliberativo do Corinthians tem reunião marcada para a próxima segunda, mas na pauta não está um dos assuntos que mais agitam o Parque São Jorge atualmente: a aquisição de ao menos 40% dos direitos econômicos do atacante Malcom pelo conselheiro Fernando Garcia, conforme revelou o blog.
De acordo com o estatuto, nenhum sócio pode fazer parte do conselho se tiver relação profissional com o clube na condição de procurador, agente de atleta ou que seja sócio de quem exerça tais atividades. Também é proibido receber remuneração do clube. O infrator deve perder seu cargo no conselho.
Fernando Garcia, irmão do candidato à presidência por um dos grupos de oposição Paulo Garcia, é um dos proprietários da Luis Fernando Assessoria Esportiva (LFA). A ficha cadastral da empresa na Junta Comercial do Estado de São Paulo define como atividade dela agenciamento de profissionais para atividades esportivas, culturais e artísticas. Ele aparece como sócio e administrador, assinando pela empresa.
Apesar dos indícios de infração estatutária, Ademir de Carvalho Benedito, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, não pretende abrir uma investigação. "Não posso assumir o que a imprensa diz e levar o caso para o conselho sem provas. Só se algum conselheiro fizer uma representação. Até agora ninguém levou essa reclamação para o conselho", disse Ademir ao blog.
Nem mesmo a entrevista dada por Fernando para a ESPN na qual ele admite ter adquirido 40% dos direitos de Malcom e repassado 5% para outra empresa, serve como justificativa para Ademir iniciar uma apuração. De acordo com registros do clube, o alvinegro tem 30% dos direitos de Malcom, revelado na base corintiana, a LFA conta 40% e uma empresa chamada ART e uma assessoria esportiva de São Paulo possuem 15% cada uma.
Para a ESPN, em sua defesa, Garcia disse que tudo que faz é por meio de pessoa jurídica, não como pessoa física e que isso não fere as regras corintianas, ignorando o que diz o estatuto, como mostrado acima.
Apesar de nenhuma representação ter sido enviada ao conselho, o caso provoca barulho no Parque São Jorge por pelo menos três motivos.
Para conselheiros, o episódio demonstra descuido com os jovens revelados pelo clube. Há também a indignação com o fato de um membro do conselho ter participação nos direitos econômicos do atleta, afinal, a proibição foi colocada no estatuto com o objetivo de evitar a relação financeira entre integrantes do órgão e do clube, o que é considerado um mal antigo no Corinthians.
Existe também a questão política. Além de ser irmão do candidato Paulo Garcia, Fernando, em sua entrevista à ESPN, fez críticas a Roberto de Andrade, nome apoiado por Andrés Sanchez para a eleição presidencial de fevereiro. Ele acusa Roberto de ter dado um calote nele que resultou na aquisição dos direitos de Malcon. Mas Fernando é amigo de Andrés, que recebeu doação de empresa de Paulo Garcia para sua campanha a deputado federal. Ou seja, o imbróglio envolve dois dos três postulantes à presidência. O terceiro é Ilmar Schiavenato, ex-diretor social.
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