Mais violentas, torcidas aumentam poder em Corinthians, SPFC e Palmeiras
Na mesma proporção em que aumentam seus atos violentos, as torcidas organizadas de Corinthians, São Paulo e Palmeiras ampliam seus poderes nos clubes. Os exemplos são fartos no início de 2015.
Esse fortalecimento acontece até em clube que rompeu com as uniformizadas, como o Palmeiras. Apesar de o presidente Paulo Nobre virar as costas para ela, a Mancha Aliverde elegeu seu membro mais famoso, Paulo Serdan, para o Conselho Deliberativo palmeirense.
"Eu sempre ouvia, na época que frequentava estádio: 'Enquanto eles estão do lado de fora, tudo bem'. Eles, os diretores e conselheiros, sempre se sentiram muito confortáveis, com a gente distante. Agora eles começam a se incomodar mais, porque a gente está dentro do clube", disse Serdan em recente entrevista à Folha de S.Paulo. Ele é presidente de honra da torcida e preside e escola de samba da Mancha. O torcedor não teve sua escalada no clube interrompida nem após agredir um treinador das categorias de base que substituiu seu filho, em 2007.
O avanço da uniformizada palmeirense é um pequeno passo comparado com o que Eduardo Almgren Ferreira, o Edu da Gaviões, acaba de conseguir ao ser nomeado diretor-adjunto de futebol do Corinthians.
"Ainda sou sócio da Gaviões e nunca vou deixar de ser. Mas minha participação na torcida diminuiu muito", disse Edu ao blog. Ele começou a ganhar espaço no Corinthians por ser um dos líderes do "Movimento Fora Dualib" e virou homem de confiança de Andrés Sanchez.
Mas as organizadas alvinegras mostraram mais força. Depois de uma semana com pelo menos três conflitos entre corintianos e palmeirenses, Mário Gobbi, então presidente, disse que o time não entraria em campo se seus torcedores não pudessem ir ao jogo com o Palmeiras no Allianz Parque, como havia sugerido a Gaviões no dia anterior.
Gobbi conseguiu os ingressos para suta torcida. Gaviões da Fiel e Pavilhão 9 tiveram integrantes acusados de agredir policiais para furar a escolta feita pela PM a fim de brigarem com palmeirenses.
Antes disso, as uniformizadas corintianas já haviam destruído cadeiras do estádio do clube e conseguido meses depois que elas fossem retiradas de seu setor para terem mais espaço. O clube atendeu à exigência, mutilando o projeto arquitetônico da arena.
Já no São Paulo, o presidente Carlos Miguel Aidar atendeu a um telefonema do presidente da Independente, conhecido como Negão, e informou que cederia ônibus para as uniformizadas irem ao estádio do Corinthians.
No clássico, são-paulinos agrediram dois corintianos dentro do estádio, uma dupla tricolor foi detida com bombas caseiras e 30 corintianos da Estopim da Fiel foram flagrados com armas brancas.
A ligação da Independente com a cúpula são-paulina é antiga. Em 2013, um sócio do São Paulo acusou quatro membros da uniformizada de agressão dentro do clube, simplesmente por apoiar o opositor Marco Aurélio Cunha. No mesmo dia, Negão, o presidente da torcida, protagonizou cenas de truculência enquanto defendia Juvenal Juvêncio num evento para sócios são-paulinos.
Assim, a uniformizada virou peça importante no xadrez político são-paulino. Ainda mais depois de Aidar romper com Juvenal. Com o episódio dos ônibus, o atual presidente, mostrou a seu antecessor afinidade com a organizada.
Esse cinturão de poder dos torcedores nos clubes é um indício de como será difícil a missão do Ministério Púbico de São Paulo, que parece disposto a romper de vez com as torcidas violentas, após anos dando votos de confiança a elas.
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