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Liberar jogador por pouco ou nada é rotina no Corinthians. Confira 5 casos

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25/02/2015 06h00

Atualizado às 11h01

Ao anunciar a permanência de Jadson, o Corinthians impediu, ao menos por enquanto, que aumentasse  a coleção de casos em que jogadores vão embora do clube deixando uma pequena porcentagem do valor da venda ou nenhum centavo nos cofres alvinegros. Como mostrou o UOL Esporte, dos R$ 16,3 milhões que o Jiangsu Sainty estava disposto a pagar pelo meia, o time paulista ficaria com apenas R$ 1,4 milhão por causa da quitação de impostos e dívidas com os agentes do atleta.

Cinco episódios semelhantes foram analisados pelo blog. Para adquirir esse quinteto, o clube gastou cerca de R$ 15,7, milhões, contando também comissão a empresários numa das contratações. Só um desses atletas (Guilherme) rendeu dinheiro ao Corinthians: R$ 3,7 milhões. Ou seja, as negociações geraram um déficit de R$ 12 milhões, sem contar gastos com salários.

A situação é reflexo de apostas em atletas que deram errado e da política do clube de contar com empresários para trazer reforços e até pegar dinheiro emprestado com eles em troca de porcentagens de jogadores.  Confira abaixo.

Cléber – O zagueiro custou R$ 6 milhões a um grupo de empresários que comprou 80% dos direitos econômicos do ex-jogador da Ponte Preta, em julho de 2013. Cerca de um ano depois, ele foi vendido ao Hamburgo, da Alemanha, por R$ 9,3 milhões. O Corinthians não levou nenhum centavo. Pelo menos, também não colocou a mão no bolso para contratar o beque.

Douglas – Custou ao alvinegro R$ 3 milhões, no começo de 2012, quando estava no Grêmio. Voltou para o tricolor gaúcho no final do ano passado, de graça, pois seu contrato terminaria no início de 2015. O prejuízo aumenta se entrarem na conta os R$ 150 mil mensais que o time paulista pagava como parte do salário para o meia jogar pelo Vasco.

Élton – A aquisição do ex-vascaíno custou R$ 900 mil. Mas o Corinthians ainda pagou R$ 1,8 milhão de comissão para empresa dos agentes que cuidam também das carreiras de Jadson, Guerreiro e Douglas, entre outros atletas que jogam ou jogaram no alvinegro. Só com salários para o atacante vestir a camisa de outros clubes, o Corinthians gastou mais de R$ 4 milhões até que ele saísse de graça.

Ibson – Foi contrato em junho de 2013, após rescindir com o Flamengo. Ficou livre do contrato com o Corinthians em dezembro de 2014, saindo de graça. O alvinegro gastou pouco menos de R$ 200 mil mensais para o jogador defender o Flamengo.

Guilherme – 60% dos direitos econômicos do ex-jogador da Portuguesa custaram cerca de R$ 10 milhões em 2012. Em julho do ano passado, ele foi negociado com a Udinese, da Itália, por 4 milhões. Mas o Corinthians só teve direito a 1,2 milhão de euros (cera de R$ 3,7 milhões na ocasião). Isso porque a participação do clube nos direitos econômicos do jogador foi reduzida para 30%. Outros 30% tinham sido repassados ao braço esportivo do Banco BMG e à empresa do agente Giulliano Bertolucci. Os 40% restantes continuaram pertencendo a Dut´s Soccer como originalmente. Nem a diretoria de futebol na época da venda sabia da redução da fatia do clube. Os valores e a forma da negociação que diminuiu a participação corintiana não foram reveladas pelo clube.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.