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Burocracia dá brecha para torcedores barrados irem a clássico em Itaquera

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19/04/2015 10h19

Desde 17 de março, seis membros da Gaviões da Fiel e dois da Mancha Alviverde estão obrigados a comparecer a batalhões da Polícia Militar em dia de jogos de seus times. Porém, um mês após a decisão, apenas dois corintianos e um palmeirense foram oficialmente intimados e estão obrigados a cumprir a ordem judicial. Assim, os outros cinco podem alegar que não têm conhecimento da determinação e irem ao clássico entre as duas equipes neste domingo, em Itaquera.

As informações foram confirmadas ao blog pela promotora Cláudia Ferreira Mac Dowell. A Justiça aceitou denúncia dela transformando 14 integrantes da Gaviões em réus em processo pela morte de dois palmeirenses num confronto em 2012.

Onze integrantes da Mancha que teriam participado da mesma briga, na Zona Norte de São Paulo, são acusados de formação de quadrilha ou bando, crime também imputado aos corintianos.

Segundo a promotora, dos torcedores obrigados a permanecer em batalhões da PM em dias de jogos apenas Carlos Alberto de Brito Júnior, o Neguinho, Antonio Alan Souza Silva, o Donizete, ambos corintianos, e o palmeirense Tiago Alves Lezo, irmão de André, morto na briga, já foram intimados e devem se apresentar à Polícia Militar neste domingo duas horas antes do clássico, ficando lá até 120 minutos após o final da partida.

Ainda não são considerados oficialmente intimados, de acordo com a promotora, os corintianos Mário Batista, o Magoo, Reinaldo Gilberto Alves, o Ade, Wagner da Costa, o B.O, e Damião Rogério Fagundes, o Pererê. Na mesma situação está o palmeirense Jefferson Lucena de Oliveira.

O clássico acontece menos de 24 horas após novas mortes de torcedores organizados. Na noite de sábado, oito membros da corintiana Pavilhão 9 foram baleados depois de a sede da torcida ser invadida por dois homens encapuzados e morreram. Até a publicação deste post a polícia não tinha pistas sobre os autores do crime e nem indício de rixa com outra torcida como motivação para a chacina.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.