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Tudo começou a dar errado para o Corinthians? Tem explicação

Perrone

23/04/2015 06h35

De uma hora para outra tudo parece que começou a dar errado para o Corinthihans. Por que será?

Porque até os melhores erram. Como Tite errou ao demorar para colocar Mendoza contra o São Paulo, após a expulsão de Sheik. Ele era a opção certa para explorar os contra-ataques e jogadas individuais que poderiam render faltas a favor dos corintianos e cartões para os são-paulinos.

Porque as pernas pesam após uma maratona de partidas. E o estilo de jogo adotado por Tite exige ainda mais preparo físico.

Porque é natural o relaxamento de quem nem enxerga seus perseguidores no retrovisor.

Porque é natural quem está atrás pisar mais fundo no acelerador.

Porque o time a ser batido é mais estudado pelos demais.

Porque, enquanto sobrava, o Corinthians não desenvolveu variações táticas.

Porque o discurso de que jogador não sente falta de direitos de imagem atrasados quando recebe em dia o salário registrado na carteira de trabalho motiva dirigentes, não os atletas.

Porque Guerrero faz muita falta.

Porque falta cabeça fria aos corintianos, expulsos com frequência. Por mais que as expulsões de Sheik e Mendoza contra o São Paulo tenham sido exageradas (e foram para este blogueiro), elas não aconteceriam se ambos tivessem mais calma. Talvez a sorte de Emerson fosse diferente, caso ele não mandasse recado para os adversários (e para os juízes) de que sabe chegar junto.

Porque é previsível que uma diretoria de futebol com dois cartolas estreantes no cargo (Eduardo Ferreira, o Edu da Gaviões, e Sérgio Janikian) leve tempo até pegar o traquejo para identificar e solucionar rapidamente certos problemas. O calejado superintendente de futebol e deputado federal Andrés Sanchez não pode estar diariamente por perto.

Porque a temporada só está começando, e ninguém vai permanecer o tempo inteiro no topo. Altos e baixos fazem parte do jogo. O Corinthians segue como um dos favoritos ao título da Libertadores e do Brasileirão. Certamente, viverá dias melhores em 2015.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.