Topo

Perrone

Sem dinheiro, Santos não combina prêmio por título. Vai dar o que tiver

Perrone

25/04/2015 06h00

A falta de dinheiro fez o Santos quebrar uma tradição seguida por clubes que chegam a finais: fazer reunião com os jogadores e definir a premiação pelo título.

Em meio a uma grave crise financeira, a diretoria do clube preferiu não prometer um valor fixo. Temia não conseguir cumprir a promessa e estragar o que chama de excelente relacionamento com os atletas.

Se o time bater o Palmeiras na decisão do Estadual, haverá premiação, mas a quantia será a que o clube tiver disponível. A nova postura não significa um problema, porque os atletas não cobraram a definição do bônus.

"Eles não pediram reunião para discutir prêmio, então, não marcamos nada pra falar disso. Agora, como vou prometer um valor que não tenho? Mas eles vão ser recompensados, pode ter certeza disso", afirmou ao blog Modesto Roma Júnior, presidente santista.

Oferecer uma gorda recompensa agora também seria uma contradição dolorida para jogadores que estão com até sete meses de direitos de imagem atrasados. Os salários registrados em carteira de trabalho e os bichos por vitória estão sendo pagos.

Até aqui, os atletas não demonstram irritação por conta dos atrasos, que se acumulam desde o ano passado, durante a gestão de Odílio Rodrigues.

Diretores e o presidente atuais atribuem a compreensão do elenco, entre outros fatores, a uma conversa franca com o grupo em janeiro. No vestiário, também estava o ex-presidente Marcelo Teixeira. Depois de Modesto explicar a situação em que assumiu o clube, Robinho tomou a palavra e perguntou se a diretoria garantia que todas as remunerações atrasadas seriam quitadas. A resposta foi afirmativa, e o atacante declarou que o elenco compreenderia a situação.

Para ganhar a confiança dos atletas, a diretoria diz que no começo do ano quitou os salários de janeiro, o décimo terceiro e mais três salários atrasados de 2014. Só que nenhum direito de imagem foi pago.

"O segredo é ser verdadeiro com eles, com os funcionários de modo geral. Tem que mostrar que você não está sacaneando, está trabalhando para arrumar o dinheiro e vai pagar", disse Modesto.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.