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Campanha por mata-mata e árbitros pressionados. Os desafios do Brasileirão

Perrone

10/05/2015 08h20

Abaixo, quatro desafios a serem superados pelo Brasileirão de 2015, iniciado no sábado.

1 – Arbitragem

O Brasileirão começa com árbitros enfraquecidos diante de técnicos e jogadores. Eles têm a missão de recuperar o respeito perdido e diminuir o festival de pressão a que foram submetidos durante os estaduais. Precisam contornar a situação sem afundar as partidas com enxurradas de expulsões. O problema é tão grave que a CBF emitiu comunicado pedindo que os juízes sejam mais enérgicos com os reclamões.

2 – Equilíbrio

A audiência do futebol nacional está em queda na Globo. Parte dos clubes, como o Grêmio, quere a volta dos mata-matas no Brasileirão. Nesse cenário, é fundamental para a sobrevivência do sistema de pontos corridos que ninguém dispare na ponta e que quatro ou cinco clubes cheguem na parte final da competição com chances de título. O desequilíbrio que desmotivaria torcedores é um dos principais argumentos dos que querem a mudança.

3 – Segurança

O terror ronda o Brasileirão em três frentes que precisam ser atacadas por autoridades de segurança pública e dirigentes. Os problemas começam do lado de fora dos estádios, com as brigas entre torcidas organizadas longe das arenas, como a que feriu um dos líderes da são-paulina Independente numa briga com a corintiana Gaviões da Fiel durante o Paulista. Há também quem já comece o Brasileiro sob ameaça de agressão de sua própria torcida, caso do Grêmio. E o novo motivo de temor é provocado pelo formato das arenas construídas no "padrão Fifa", sem barreiras entre o público e o gramado. O exemplo dramático foi visto na batalha entre torcedores de Fortaleza e Ceará no gramado do Castelão, na final do Campeonato Cearense. O estádio em que ocorreu a briga não está no Brasileirão, mas há outros nos mesmos moldes.

4 – Salários atrasados

Clubes atolados em dívidas têm a missão de manter jogadores motivados apesar de atrasos nas remunerações. Precisam ainda evitar novas debandadas por meio de ações na Justiça. A crise atinge praticamente todos. Para ficar no exemplo paulista, Santos e Corinthians têm direitos imagens atrasados desde o ano passado. O São Paulo também tem deixado de pagar parte das remunerações em dia.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.