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Neymar-dependência é tão perigosa para seleção quanto mimar atacante

Perrone

21/06/2015 08h58

Combater a Neymar-dependência na seleção brasileira é tão urgente quanto acabar com a proteção exagerada ao craque do Barcelona na equipe nacional. Uma coisa é tão perigosa quanto a outra. E deixar de cobrar seu principal jogador pode fazer com que o Brasil fique mais vezes sem ele por causa de atitudes irresponsáveis como as que provocaram os quatro jogos de suspensão na Copa América.

Dunga e seus comandados protegeram demasiadamente Neymar, na opinião deste blogueiro, ao empurrar para o árbitro da partida contra a Colômbia a culpa pela punição aplicada ao jogador, mesmo depois de ele tentar dar uma cabeçada num rival e ter esperado o juiz no caminho para os vestiários a fim de ofender quem o expulsou.

Com seus gestos, o atacante mostrou algo que os boleiros abominam: falta de comprometimento, pois não pensou no prejuízo que o chilique traria para a equipe.

Dunga deveria reprender seu capitão internamente e mostrar insatisfação externamente. Se agisse assim, daria um passo para doutrinar Neymar, que não é mais juvenil para fazer o que fez.

Porém, treinador e colegas do atacante preferiram a blindagem com o frágil argumento de que o juiz prejudicou o craque. Tal atitude não ajuda Neymar a enfrentar seus problemas. Também deixa a seleção a mercê de novos destemperos do astro. De quebra, Dunga perdeu força para enquadrar outros atletas que pisarem na bola. Se o capitão do time pode cometer tamanho deslize, por que eles não tem o mesmo direito?

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.