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Presidente corintiano diz dar 500 entradas por jogo para CBF. Entidade nega

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28/08/2015 06h00

Pressionado por parte dos conselheiros e sócios a reduzir o número de ingressos gratuitos nos jogos do time em seu estádio, o presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, disse ao conselho deliberativo do clube que é obrigado por regulamento a dar 500 ingressos de graça por jogo só para a CBF.

Por meio de seu departamento de comunicação, no entanto, a Confederação Brasileira respondeu que a informação não procede.

A declaração do cartola foi dada na reunião do conselho na última segunda, após ele ser indagado pelo conselheiro Rubens Gomes sobre o número de gratuidades em cada partida. Andrade alegou que é obrigado a distribuir uma série de entradas para patrocinadores e parceiros, além das centenas de bilhetes para a CBF. O dirigente não detalhou os números, mas ficou de apresentar os dados ao conselheiro.

Apesar de o dirigente afirmar que a suposta exigência da CBF é prevista nas regras do campeonato, essa obrigação não aparece no regulamento geral das competições divulgado no site da entidade. O artigo 81 decreta só que a CBF terá o direito de adquirir, com pagamento prévio, a quantidade máxima de ingressos correspondente a 2% da capacidade dos estádios, desde que faça o requerimento por escrito até três dias úteis antes das partidas.

O blog tentou entrevistar Andrade, mas não obteve resposta da assessoria de imprensa do clube.

Por sua vez, Lucio Blanco, gestor da arena, disse que o número de ingressos gratuitos por jogo é superior a 500, levando-se em conta todos os parceiros, patrocinadores e a CBF, sem detalhar quantos bilhetes vão para cada um.

As gratuidades interferem no pagamento da arena, já que o clube quita a construção com o dinheiro arrecadado pelo estádio. O controle por parte dos associados e conselheiros ficou mais difícil, pois o Corinthians deixou de divulgar nos relatórios financeiros das partidas quantos ingressos foram gratuitos. Sobre a não publicação desses dados, Blanco afirmou que se trata de uma questão interna e administrativa.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.