Topo

Perrone

Torcedora banida por criticar Aidar pede indenização de R$ 25 mil

Perrone

23/11/2015 11h41

Fátima Aparecida Martini, sócia-torcedora que foi banida do São Paulo por criticar a gestão de Carlos Miguel Aidar, pede uma indenização na Justiça de R$ 25 mil alegando danos morais.

A ação cria uma situação inusitada, já que o clube defende a punição contra quem atacou o ex-presidente, que foi pressionado a renunciar por causa de uma série de acusações de irregularidades em sua gestão, incluindo desvio de dinheiro. Aidar nega que tenha cometido atos ilícitos.

"Aidar bosta", "que p… várzea",  "não cansa de passar vergonha, Aidar", "vtnc", "mas o bolso vai bem", foram algumas das afirmações feitas pela torcedora e que causaram seu banimento em julho. Elas foram anexadas ao processo pelos advogados do São Paulo como prova de conduta anti-são-paulina.

"Diante do emprego de palavrões, críticas ácidas e alegações de que dirigentes estavam se apropriando do dinheiro do clube pode se afirmar que a autora praticou sim condutas que confrontam os princípios do regulamento do Programa Sócio-Torcedor", diz a defesa são-paulina.

O regulamento usado para punir a torcedora afirma que os participantes deverão apresentar "uma conduta condizente com a cordialidade, respeito e educação esperados de qualquer torcedor".

A defesa ainda alega que ofensas aos dirigentes podem ser consideradas como ataques diretos ao clube.

Por sua vez, os advogados de Fátima negam que ela tenha ferido o regulamento. Afirmam que considerar como conduta anti-são-paulina passível de exclusão do quadro de sócios supostas ironias destinadas à diretoria é algo extremamente condenável.

Para pedir a indenização, a torcedora afirma que sofreu abalo moral pois foi ofendida por comentários de outros torcedores na internet. As ofensas foram geradas pelo fato de o clube alegar que ela havia sido banida por não pagar suas mensalidades. Fátima nega a inadimplência.

Em resposta, o São Paulo diz que não pode ser responsabilizado por supostos danos morais, pois a torcedora se expôs dando entrevistas e escrevendo sobre o caso nas redes sociais.

No último dia 17, foi marcada para fevereiro de 2016 a primeira audiência do processo. Será em 3 de fevereiro de 2016.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.