Como dívida por Damião pode dar prejuízo ao Santos em negócio de Lucas Lima
Em 15 de janeiro de 2015, a Doyen Sports assinou um contrato no qual se comprometia a emprestar 600 mil euros, sem juros, para o Santos pagar salários e FGTS referentes a Leandro Damião. O objetivo era impedir que ele conseguisse se desligar do clube na Justiça por conta das remunerações atrasadas.
Um dia depois da assinatura do documento, a empresa enviou o dinheiro prometido para o clube. Não adiantou. O débito não foi totalmente quitado e o atacante conseguiu se desligar do alvinegro sem nada pagar, até a situação ser definitivamente resolvida na Justiça. Só recentemente clube e jogador chegaram a um acordo.
Como legado, o empréstimo pode fazer o Santos perder uma participação de 20% que teria no lucro obtido pela Doyen numa eventual venda de Lucas Lima. Acontece que o alvinegro deu como garantia do empréstimo seu direito de faturar essa porcentagem, caso Lucas Lima fosse negociado. Se o pagamento não fosse feito até 31 de agosto, a participação santista no lucro ficaria cancelada. E a partir de 15 de julho teria que pagar juros de 12% ao ano. O alvinegro tem ainda 10% dos direitos econômicos de Lucas Lima que não são afetados pelo empréstimo.
O blog apurou que o empréstimo faz parte da ação que corre em segredo de Justiça e na qual a Doyen cobra do clube uma série de dívidas que alega existir.
Procurado para falar sobre o caso, José Ricardo Tremura, gerente jurídico do Santos, não atendeu aos telefonemas do blog.
Quem deu explicações foi Raphael Vita, membro do Comitê de Gestão santista, que não ocupava o cargo quando o empréstimo foi feito, mas conhece o assunto. "Não é que o Santos recebeu o dinheiro para pagar o Damião e não pagou. Acontece que quando o dinheiro entrou na conta do Santos, o jogador já tinha entrado com a ação. Então, pagar os salários não mudaria nada, não nos livraria do risco de perder o atleta. O clube optou por pagar o FGTS, também por causa dos juros. E não dava para pagar totalmente as duas dívidas", afirmou Vita.
Porém, quando o contrato de empréstimo foi feito Damião já tinha acionado a Justiça. Pelo acordo, o dinheiro tinha que ser usado especificamente para o pagamento de salários e depósitos de FGTS do atacante.
Sobre o risco de o clube perder a participação no lucro da Doyen em caso de venda de Lucas Lima, Vita disse que tem a informação do departamento jurídico do Santos que o empréstimo não envolveu direitos relativos a outros jogadores. Mas documento obtido pelo blog confirma a existência da garantia. Indagado se o empréstimo foi pago, ele disse que toda a questão com a Doyen está sendo discutida na Justiça e que, por isso, não pode dar detalhes.
Abaixo, confira os documentos referentes ao empréstimo.
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