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O que precisa ser esclarecido na relação entre filho de Lula e Corinthians?

Perrone

11/02/2016 09h22

A contratação de Luis Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula para atuar no marketing do Corinthians, inundou o clube de dúvidas desde que a Folha de S. Paulo publicou que ele teria recebido R$ 500 mil entre 2011 e 2013 sem prestar serviços. Abaixo, veja os principais pontos que necessitam esclarecimento.

Quem pagou?

Conselheiros corintianos querem saber se foi o clube que efetuou os pagamentos para o filho do ex-presidente. Como a Polícia Federal investiga se a contratação de Luiz Claudio tem a ver com a construção da Arena Corinthians, membros do conselho alvinegro indagam se o dinheiro saiu do fundo que controla o estádio ou de alguma empresa ligada à obra. À Folha de S. Paulo, Andrés Sanchez disse que a contratação não tem ligação com a construção.

Qual foi o trabalho feito?

Como a reportagem da Folha de S. Paulo afirma que o filho de Lula recebeu sem trabalhar, conselheiros do clube querem provas do trabalho que foi realizado. E se realmente ele prestou serviços, como afirma Sanchez, por qual motivo pessoas que atuavam no departamento de marketing do Corinthians na ocasião disseram o contrário ao jornal?

Quanto o clube ganhou com o time de futebol americano?

A defesa de Luis Claudio lembra que o Corinthians participa desde 2011 do campeonato nacional de futebol americano organizado por uma empresa do filho do ex-presidente. Falta esclarecer, então, se incluir o time nessa competição foi o único trabalho da empresa e, se foi, quanto o Corinthians faturou com essa participação até agora? Rendeu mais do que os R$ 500 mil pagos a Luis Claudio?

Houve cotação de preços?

O estatuto do Corinthians determina que para todas contratações com valor igual ou superior a cinco salários mínimos, seja feita cotação pelo menos três orçamentos. Os documentos referentes à essa pesquisa de preços devem ficar guardados por cinco anos. Isso foi feito em relação ao contrato envolvendo a empresa do filho do ex-presidente? Se foi, ela tinha o melhor preço? Se não foi, o que justifica sua contratação e o desrespeito às regras do clube?

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.