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Órgão que combate crime organizado é acionado após acusações no Corinthians

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18/05/2016 06h00

Denúncias envolvendo o departamento de futebol amador do Corinthians deverão ser investigadas pelo Gaeco, grupo do Ministério Público especializado no combate ao crime organizado.

Como mostrou o blog, o Juizado do Torcedor havia recebido uma representação criminal entregue pelo conselheiro corintiano Romeu Tuma Júnior. Ele relatou as denúncias do americano Helmut Niki Apaza, que afirma ter sido vítima de golpes supostamente aplicados por um funcionário do clube, demitido após a confusão, e ao menos um conselheiro.

"Conversando com meus colegas, concluímos que o caso é muito complexo e foge um pouco das atribuições do Juizado do Torcedor, por isso encaminhei tudo para o Gaeco. Eles vão ter mais condições de apurar tudo", disse ao blog o promotor Paulo Castilho.

Promotores do Gaeco foram responsáveis por investigar denúncias de irregularidades na gestão do ex-presidente corintiano Alberto Dualib, incluindo suspeitas de lavagem de dinheiro envolvendo a parceria com a MSI.

No caso atual, Apaza alega que pagou US$ 60 mil por 20% dos direitos econômicos de Alysson, jogador que tinha menos de 16 anos e que por isso não tinha contrato profissional com o clube. Ou seja, não havia o que ser vendido. Ele também afirma que desembolsou US$ 50 mil por uma carta que lhe daria o direito de representar o clube nos Estados Unidos. As quantias das duas operações nunca chegaram aos cofres corintianos.

"É preciso saber se esse dinheiro foi pago e, no caso de ter sido, saber se ele entrou no Brasil ou não. O Gaeco tem mais condições de averiguar isso", declarou Castilho.

Depois de Apaza procurar o clube para contar a história, dois dirigentes corintianos relataram ao blog terem recebido telefonemas ameaçadores.

Além disso, uma briga entre o pai de Alysson e o empresário dele foi parar na polícia.

O caso também está sendo investigado pela Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo do Corinthians.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.