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Opinião: Blindar Cristóvão é maior desafio da gestão de Roberto de Andrade

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20/06/2016 08h56

Cristóvão Borges não estava entre os treinadores desejados pela diretoria do Corinthians para substituir Tite. Acabou escolhido por falta de opções devido a recusa de outros pretendidos, como Roger Machado e Sylvinho. De cara, ele enfrentou a rejeição de torcedores e conselheiros. Isso além de já conviver com a sombra de Tite. Inevitavelmente, terá seu trabalho comparado com o do antecessor.

Esse cenário faz com que Cristóvão assuma o cargo sob pressão. Terá que provar que merece a confiança depositada nele pela diretoria. Por sua vez, a direção encara seu maior desafio desde que Roberto de Andrade assumiu a presidência.

Mais do que nunca será testada a filosofia do grupo Renovação e Transparência, ao qual pertence o atual presidente, de evitar trocar de treinadores durante a temporada. A tendência é que no primeiro momento de dificuldade torcedores e conselheiros pressionam a cúpula alvinegra para demitir o técnico, principalmente se houver algum nome interessante disponível no mercado.

Por isso, o trabalho da diretoria não acabou com a escolha do novo comandante. A direção terá de se dedicar diariamente a fazer Cristóvão dar certo no Corinthians. Isso significa fortalecer o treinador mostrando apoio a ele, além de oferecer as melhores condições de trabalho. Será importante o papel de Alessandro, substituto de Edu Gaspar, para corrigir eventuais erros de rota na trajetória de Cristóvão e evitar que aos poucos sua situação se torne insustentável antes do final do Brasileirão.

Trocar duas vezes de técnico na mesma temporada faria um clube que estava no topo da pirâmide no Brasil descer ainda mais degraus do que já desceu com a saída de Tite.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.