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Por ouro, seleção foi de amontoado de jogadores a time forte coletivamente

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20/08/2016 20h36

Para conquistar o inédito ouro olímpico, a seleção brasileira se transformou de um amontoado de jogadores que se apresentou nos empates contra África do Sul e Iraque numa equipe forte coletivamente. Um time que apesar do gol de falta de Neymar e da decisiva cobrança de pênalti na final deste sábado contra a Alemanha, após empates em um gol nos 90 minutos e por 0 a 0 na prorrogação, não depende só dele. O astro do Barça foi decisivo na medida certa.

A atuação mais insinuante dos novos campeões olímpicos foi na vitória sobre a Dinamarca. Naquele jogo Neymar foi o maestro atuando mais longe do gol adversário e sendo o garçom dos sonhos para Gabriel Jesus, Gabigol e Luan.

A vaga na final foi conquistada diante da frágil Honduras com fartura de lançamentos e infiltrações numa área cheia de espaços.

E neste sábado, a equipe de Rogério Micale comprovou ser capaz de se moldar conforme o adversário. Não tem só um jeito de jogar. Soube trocar passes com calma para esperar por espaços na defesa alemã, acelerou o jogo quando necessário, e se fechou com perfeição nas subidas alemãs. Equilibrou a partida diante de um adversário repleto de jogadores promissores.

No final, o Brasil pode comemorar, além do ouro na Rio-201 6, o fim de uma incômoda série de vexames, a demonstração de que a seleção é capaz de ser forte taticamente e aproveitar jogadores talentosos ao mesmo tempo e uma safra com potencial para ser útil ao time principal. São nomes como Luan, Gabriel Jesus, Gabigol, Walace, Zeca, Douglas Santos e Marquinhos, companheiros à altura de Neymar, Renato Augusto e Weverton. Rogério Micale mostrou ter seu valor fazendo a equipe evoluir muito com um variado cardápio tático, mas ainda tem uma longa estrada pela frente antes de pensar em assumir a prancheta que hoje é de Tite.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.