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'Não quebrei, não roubei', diz líder da Independente com contas bloqueadas

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27/09/2016 18h14

Henrique Gomes, o Baby, presidente da Independente, principal organizada do São Paulo, se considera injustiçado pela inédita decisão da Justiça que bloqueou as contas correntes e veículos dele e de outros 11 dirigentes de organizadas do clube para eventualmente cobrir prejuízos provocados na invasão ao CT tricolor em agosto.

"Cada um tem que pagar pelo que fez. Tinha no CT torcedor de organizada, torcedor que não é de organizada, blogueiro, um monte de gente. Tem câmeras de segurança lá com imagens nítidas, que mostram o que cada um fez. Se alguém roubou, quebrou, peguem a imagem e cobrem de quem fez. Eu não quebrei nada, não roubei. Fiz só o que todo torcedor do São Paulo queria fazer, protestei, ninguém aguenta mais. Agora não adianta cobrar a diretoria da torcida, que controlou os torcedores o tempo todo. Não teve um carro de jogador quebrado porque a diretoria estava lá para controlar. Eu tirei os torcedores do CT", disse Baby ao blog por telefone.

Ele afirmou que estava na estrada, voltando da Bahia, onde acompanhou a derrota de seu time para o Vitória por 2 a 0 no último domingo, no momento em que foi entrevistado e que por isso não teve conhecimento de detalhes da decisão. Além de promover o bloqueio, o juiz Ulisses Augusto Pascolati Júnior proibiu os 12 acusados de deixarem a capital paulista sem autorização da Justiça, de se aproximarem do CT e do Morumbi e ainda determinou que eles se apresentem a um quartel do Corpo de Bombeiros durante jogos do São Paulo enquanto durar o processo.

"Falo pela minha pessoa física, o meu direito de ir e vir e a minha paixão pelo São Paulo ninguém vai tirar. Ninguém vai mostrar para o Brasil uma imagem que não é a minha. Vou recorrer, mostrar que isso não está certo e manter meu direito de ir e vir", declarou.

Para o torcedor, há exagero na cobertura sobre o tumulto no CT são-paulino.

"Decisão inédita pra mim é fiscalizar obra de Copa do Mundo e de Olimpíada. Vou acreditar nesse país se o Lula (investigado pela Lava Jato e que nega as acusações feitas contra ele) for preso, se o (Carlos Miguel) Aidar (ex-presidente do clube que renunciou após denúncias de irregularidades negadas por ele) for responsabilizado pelo que fez ao São Paulo, se dirigentes que lesaram o clube devolverem o dinheiro. Não adianta usar a invasão pra desviar o foco da crise do clube. A mídia fala há mais tempo da invasão do CT do que falou do impeachment da Dilma", completou Baby.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.