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Após conversa com Felipão, São Paulo estuda emprestar Fernandão

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04/03/2011 12h32

Felipão conversou rapidamente por telefone com o vice de futebol do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Sivla, o Leco, para pedir a liberação de Fernandão. O papo aconteceu durante o almoço da última quarta entre os cartolas são-paulinos e palmeirenses.

Após propor uma troca para ficar com Fernandão, o presidente Arnaldo Tirone ligou para perguntar a seu técnico quem poderia ser envolvido no negócio. Mas decidiu colocá-lo na linha com o dirigente tricolor.  A seguir, a reprodução mais fiel possível do diálogo:

– Leco? Aqui é o Felipão. Libera o Fernandão para o Palmeiras.

– Quem você me dá em troca?

– Só tenho um jogador disponível, o zagueiro Maurício.

– Mas de zagueiro nós não precisamos. Manda o Cicinho pra gente que fazemos a troca.

– Cicinho? Mas o Cicinho bom está no Villareal, não é o nosso (em tom de brincadeira). Vá atrás dele na Espanha.

O objetivo do treinador era ter o atacante já no Paulista, mas a conversa parou por aí e as incrições para o Estadual se encerraram. Porém, o São Paulo ainda estuda emprestar Fernandão para o rival.

Existe a possibilidade de o empréstimo ser gratuito. Durante o almoço, Tirone sugeriu que o time do Morumbi ficasse com um crédito. Futuramente, poderia pegar um jogador palmeirense também sem pagar nada.

A ideia não foi rechaçada pelos são-paulinos. Falta a diretoria e o técnico Paulo César Carpegiani se convencerem de que vale a pena ceder graciosamente Fernandão para um rival a fim de se livrar de seu salário.

Se acontecer, o empréstimo gratuito será um raro gesto de gentileza entre rivais em tempos de tantos conflitos no futebol brasileiro. E entre cartolas que estão em lados opostos no racha no Clube dos 13. Em campo, a perda de Fernandão significará pouco para o São Paulo. No caso de Felipão, será a oportunidade de provar ainda ser capaz de resgatar o futebol de um bom jogador.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.