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Como as eleições podem influenciar o trio-de-ferro em campo

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05/01/2011 07h01

Em menor ou maior intensidade, Palmeiras, Corinthians e São Paulo começaram 2011 respirando política. É inevitável que as disputas pelo poder tenham reflexo no futebol do trio-de-ferro.

Apesar de Andrés Sanchez ainda ter um ano inteiro de mandato, o time corintiano já poderá começar a sentir os efeitos colaterais da eleição. Principalmente porque Roberto de Andrade, novo diretor de futebol, é cotado para ser candidato da situação. Natural que ele sofra ataques. E não existe uma forma de miná-lo sem atingir o futebol.

Além disso, Andrés iniciou uma operação para cortar gastos e entregar o clube com uma dívida inferior à atual. Resultado: menos contratações e mais dispensas.

Os efeitos pré-eleitorais são sentidos pelo Palmeiras faz tempo. Pelo menos, a eleição acontece já em janeiro. Se o opositor Arnaldo Tirone confirmar o favoritismo, o clube terá um presidente que prioriza o pagamento dos salários em dia. É o fim das contratações caras e o início de um time mais barato para 2012.

A vitória de Salvador Hugo Palaia, um dos situacionistas, seria a continuidade da política de Belluzzo de contratações de impacto. Valdivia ganharia força com seu "padrinho" na presidência. Paulo Nobre, outro candidato que vem da situação, fortaleceria Felipão.

No São Paulo, a eleição ainda não esquentou. Se o centralizador Juvenal Juvêncio driblar o estatuto e tentar um novo mandato, o clube corre o risco de ver o futebol em segundo plano durante a campanha.

Caso o atual presidente não encare a disputa, Carlos Augusto de Barros e Silva, vice de futebol, deve ser seu candidato, com amplas chances de vitória. Tem pinta de presidente autor de uma ou outra contratação bombástica, mas que valoriza as categorias de base. Foi um dos responsáveis pela compra de Ricardinho, então no Corinthians, em 2002. Também tem jeitão de presidente que demite técnico no vestiário.

Como nos três clubes os presidentes não criaram um substituto natural, os jogadores do trio-de-ferro têm em comum as incertezas de quem em breve trabalhará com um novo patrão sem saber com antecedência quem é ele.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.