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Contrato de TV pode cair no colo da CBF

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11/03/2011 12h58

Seis meses depois de iniciar o processo de implosão do Clube dos 13, Andrés Sanchez viu sua missão praticamente concluída. A detonação final parece ter sido  a decisão da Record de abandonar a concorrência para TV aberta no Campeonato Brasileiro.

A maioria dos clubes já conversou com Globo e Record. Está claro quanto cada um quer para vender os direitos referentes a seus jogos. Em seu comunicado de desistência, a Record disse que pode voltar à disputa se os times se unirem para negociar.

Sem o C13, só existem duas maneiras de os cartolas voltarem a se juntar: criando uma nova Liga, que é o principal desejo, ou entregando a negociação para a CBF, que já é a responsável pela competição.

Como a criação da Liga leva tempo e os dirigentes têm pressa para pegar as luvas referentes ao novo acordo, a confederação aparece como uma solução provisória. A CBF sempre negou ter interesse em administrar o contrato. Mas diretores do C13 desconfiam que essa é a sua intenção.

O fato é que se Kléber Leite tivesse vencido a eleição no C13, Ricardo Teixeira teria um homem de confiança para tocar assuntos relativos ao Brasileirão enquanto ele se dedicaria só à Copa de 2014 e à futura candidatura à presidência da Fifa. Se for criada, a nova Liga deverá ter no comando um aliado do presidente da CBF.

Apesar dos interesses individuais, voltar a se agrupar de alguma maneira é interessante para os cartolas. Seria a única forma de arrancar um lance da Record para impulsionar um leilão com a Globo.

Enquanto a definição não acontece, no meio das cinzas do C13 pode-se ver a imagem de Andrés como o vencedor. Concluiu a tarefa de arrasar a entidade, vingar a derrota da CBF na última eleição e está perto de realizar o sonho de ver o Corinthians ganhando mais dinheiro da TV do que São Paulo, Palmeiras e Vasco.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.