Corinthians culpa Adilson Batista
É impressionante a raiva que parte dos cartolas do Corinthians demonstra ter de Adilson Batista. Para esses dirigentes, se o time não for campeão brasileiro, a responsabilidade será toda do ex-treinador.
A bronca é tanta que alguns se transformam numa metralhadora de palavrões ao falar sobre o ex-técnico. Dá vontade de desligar o telefone para não ouvir tanto xingamento. E tem até aliado histórico de Andrés Sanchez culpando o presidente por ter contratado Adilson. A perda do título traria mais problemas políticos para ele, que já sofre com algumas divisões em sua diretoria.
O curioso é o pecado que o ex-treinador teria cometido: ser ofensivo. Nas palavras de um desses cartolas, que já considera o caneco perdido, o Corinthians não vai ser campeão porque quando fazia 1 a 0, Adilson queria ganhar de cinco. Não fechava o time e acabava sofrendo gols.
Mas em Salvador, com Tite, o Corinthians não fez 1 a 0, tratou de se proteger e deixou os três pontos escaparem do mesmo jeito?
O inusitado nessa história é que um dos principais clubes do Brasil, país acostumado a ter o futebol mais ofensivo do mundo, culpa a ofensividade por seus tropeços. Jogar para frente virou defeito, pecado mortal. E Adilson está longe de ser considerado o rei do futebol ofensivo.
Discordo que a culpa seja exclusivamente do ex-técnico. Diretoria e jogadores também erram na era Mano Menezes e na gestão de Adilson. Contra o Vitória, o Corinthians teve chances de matar o jogo e não o fez. Agora precisa vencer suas duas últimas partidas antes de poder distribuir cotas de culpa por um eventual fracasso.
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