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Corinthians culpa Adilson Batista

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23/11/2010 10h13

É impressionante a raiva que parte dos cartolas do Corinthians demonstra ter de Adilson Batista. Para esses dirigentes, se o time não for campeão brasileiro, a responsabilidade será toda do ex-treinador.

A bronca é tanta que alguns se transformam numa metralhadora de palavrões ao falar sobre o ex-técnico. Dá vontade de desligar o telefone para não ouvir tanto xingamento. E tem até aliado histórico de Andrés Sanchez culpando o presidente por ter contratado Adilson. A perda do título traria mais problemas políticos para ele, que já sofre com algumas divisões em sua diretoria.

 O curioso é o pecado que  o ex-treinador  teria cometido: ser ofensivo. Nas palavras de um desses cartolas, que já considera o caneco perdido, o Corinthians não vai ser campeão porque quando fazia 1 a 0, Adilson queria ganhar de cinco. Não fechava o time e acabava sofrendo gols.

Mas em Salvador, com Tite, o Corinthians não fez 1 a 0, tratou de se proteger e deixou os três pontos escaparem do mesmo jeito?

O inusitado  nessa história é que um dos principais clubes do Brasil, país acostumado a ter o futebol mais ofensivo do mundo, culpa a ofensividade por seus tropeços. Jogar para frente virou defeito, pecado mortal. E Adilson está longe de ser considerado o rei do futebol ofensivo.

Discordo que a culpa seja exclusivamente do ex-técnico. Diretoria e jogadores também erram na era Mano Menezes e na gestão de Adilson. Contra o Vitória, o Corinthians teve chances de matar o jogo e não o fez. Agora precisa vencer suas duas últimas partidas antes de poder distribuir cotas de culpa por um eventual fracasso.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.