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Corinthians desconfia de lucro exagerado da Odebrecht

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19/05/2011 18h09

A tensão entre Corinthians e Odebrecht pode ser explicada de maneira bem simples. A cúpula do clube acredita que a construtora jogou lá em cima o orçamento do estádio de Itaquera. Assim, pode obter um lucro maior, caso consiga gastar menos.

Os corintianos afirmam ter certeza de que é possível fazer a obra por menos de R$ 1 bilhão, contrariando o último orçamento da empresa. Dois conselheiros ligados à diretoria afirmaram ter ouvido do presidente Andrés Sanchez que os R$ 300 milhões de estouro no orçamento acabariam ficando no caixa da construtora.

As declarações foram feitas diante de aproximadamente 40 conselheiros num jantar oferecido pelo oposicionista Antônio Roque Citadini, na última quarta.

Pelos dois relatos, Andrés não foi nada suitl quando falou do tema e demonstrou irritação com a construtora. O blog apurou que o dirigente teve uma conversa ríspida com representantes da Odebrecht. Disse a eles que não aceitaria um custo elevado no estádio corintiano para justificar o orçamento salgado de outras arenas. Em outras palavras, seria difícil de explicar uma arena privada mais barata diante de outras bem mais caras erguidas com verba pública.

Ouvi também de dois membros da diretoria a suspeita de lucro exagerado por parte da Odebrecht. Procurei a assessoria de imprensa da construtora, mas a resposta foi que só o Corinthians pode falar oficialmente sobre o estádio.

Nas conversas com o clube, a parceira alegou que os custos saltaram de R$ 700 milhões para R$ 1 bilhão por causa de novas exigências feitas pela Fifa para abertura do Mundial. Apesar da desconfiança corintiana, vale lembrar que os cartolas do São Paulo também se queixaram do aumento de gastos provocados por alterações feitas pela entidade. Isso quando o Morumbi era o candidato ao jogo inaugural.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.