Topo

Perrone

Corinthians vê risco de perda de público com oferta exótica da Record

Perrone

22/03/2011 07h00

Durante conversa informal, perguntei a um dirigente do Corinthians se a proposta da Record, de R$ 100 milhões para a transmissão dos jogos do Brasileirão pela TV aberta, é melhor do que a da Globo, superior a R$ 110 milhões por todas as mídias, segundo o mesmo cartola.

Como resposta, ouvi uma série de perguntas. Confira:

"Aritmeticamente, sem dúvida, é melhor a da Record. Mas…

…e se não houver acordo com o outro time?

… e se a audiência cair e nosso patrocinador subir nas tamancas?

… e se a presença no estádio cair dramaticamente, porque todos os mandos serão televisionados?

… e  se não vendermos pay-per-view?

… e se começar guerra jurídica e não houver transmissão?"

As perguntas são pertinentes. De fato, a oferta da Record deixa um mar de dúvidas. Parece ter sido tratada com uma simplicidade que não combina com a complexidade do assunto.

Transmitir todos os jogos do time como mandante é mesmo um risco para a venda de ingressos. Mas de todos os questionamentos feitos pelo dirigente corintiano, o mais intrigante é  sobre o temor de haver uma guerra jurídica que impeça a transmissão dos jogos.

Parece estar em marcha um movimento que levará todos os clubes a assinar com a Globo em nome de evitar as batalhas nos tribunais. Afinal, as partidas só podem ser transmitidas se os dois times concordarem. De nada adianta a vontade do mandante. E como existem clubes que já assinaram com a Globo, os dissidentes do Clube dos 13 devem difundir a teste de que vale a pena ganhar um pouco menos mas ter a certeza de que não haverá guerra nos tribunais.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.