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'Dono' de desconhecido reforço corintiano lucrou com a venda de Jucilei

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04/03/2011 19h28

A venda de Jucilei para o Anzhi, da Rússia, se transformou numa caixa-preta no Corinthians. O presidente Andrés Sanchez se recusou a revelar os detalhes da operação a um conselheiro que fez o pedido por escrito. Agora o caso pode parar na Comissão de Ética do Conselho Deliberativo. O blog apurou os detalhes da operação. Confira.

Fatias – O Corinthians precisava pagar R$ 2 milhões para comprar 50% dos direitos econômicos de Jucilei, bem antes de ele ser vendido. Não tinha dinheiro. Então, pediu para que o empresário Beto Rappa, ex-dirigente do Paulista de Jundiaí, bancasse a operação.

 Segundo a assessoria de imprensa de Andrés, o clube não colocou dinheiro e ficou com 15%. Beto pagaria mais caro se fosse diretamente no Corinthians-PR, dono da parte restante. O agente também tem participação nos direitos do desconhecido volante Nenê Bonilha, recém-contratado pelo Corinthians. Segundo a assessoria do cartola corintiano, as operações não têm ligação. E Nenê foi contratado por ser um jogador de grande potencial. O clube vai ficar com 40% de seus direitos.

Venda – Jucilei foi vendido por 10 milhões de euros. O agente Giuliano Bertolucci tem direito a 1 milhão de euros como intermediário. A comissão será dividida proporcionalmente entre as partes. A quantia será descontada dos valores que cada um vai receber.

 O  Corinthians vai ficar com 1.350.000 euros. A metade do montante da venda chegou nesta quinta. O clube russo deu uma carta de crédito no valor restante. Os compradores terão que pagar daqui a um ano. Rappa investiu R$ 2 milhões e vai receber 3 milhões de euros.

As queixas de conselheiros – O clube ficou com muito pouco dinheiro. Reclamam que os conselheiros ficaram sabendo pela imprensa que o Corinthians não tinha 50% dos direitos de Jucilei. E queriam conhecer o empresário comprador, até então misterioso. Suspeitam que Kia Joorabchian esteja na negociação.

A resposta da diretoria – O Corinthians não botou a mão no bolso para ter Jucilei, portanto, foi um bom negócio. Mesmo assim, tentará convencer o time paranaense a lhe dar uma fatia maior. Sustenta que negociações como essas são naturais no futebol brasileiro. E que Kia não participou. Reclama de atques pré-eleitorais.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.