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Ex-presidente quer trocar penhora da Vila por conta corrente

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27/10/2010 19h29

Marcelo Teixeira vai recorrer da decisão da Justiça que aceitou a penhora da Vila Belmiro, oferecida pela diretoria do Santos, como garantia na ação que o colégio de sua família move contra o clube. Seu advogado tentará a penhora em tempo real das contas bancárias santistas.

A avaliação é a de que penhorar a Vila Belmiro desgasta sua imagem diante da torcida, além de o estádio não ser uma garantia que ofereça liquidez. Se Teixeira ganhar a ação e o Santos não tiver R$ 17 milhões para pagar,  vender a Vila Belmiro será uma tarefa difícil.

Se as contas forem penhoradas, todo dinheiro arrecado será bloqueado para o pagamento da dívida. O ex-presidente santista já conseguiu isso em outra ação, de R$ 15 milhões, movida por ele e sua irmã, aguarda só a publicação do acórdão para o bloqueio. Ambos eram avalistas de um empréstimo junto ao banco Safra, feito durante sua gestão, mas que a atual diretoria não pagou. Nessa ação, quem vai recorrer é a diretoria, que quer evitar o bloqueio das contas oferecendo o CT Meninos da Vila para penhora.

Esse processo não tem nada a ver com a penhora da Vila, relativa à ação que o Colégio Santa Cecília move contra o clube por não pagamento de um empréstimo.

"O Marcelo Teixeira só emprestou esse dinheiro ao Santos porque sabia que no futuro o clube teria como pagá-lo. Ele sabia a estrutura que tinha montado, sabia que as categorias de base revelariam garotos que poderiam ser vendidos e dar lucro ao Santos. Então, não seria problema receber o dinheiro de volta. Ele e sua família sempre ajudaram o clube, nunca quiseram receber juros", afirmou o advogado de Teixeira, Marcelo Henrique Gazolli Veronez.

"O Marcelo só quer ser tratado com dignidade. Quer sentar e conversar com a diretoria para parcelar a dívida. Ele já quis fazer isso, mas o clube não aceitou. Ele não está sendo tratado como uma pessoa que colocou dinheiro do bolso no Santos e montou uma estrutura que deu dois títulos em seis meses. Está sendo tratado como bandido", afirmou Veronez ao blog.

A diretoria, por sua vez, diz que está pagando em dia outro empréstimo, no banco Itaú, que tem Teixeira como avalista. E que em ações com quantias altas, como R$ 17  milhões, é impossível oferecer garantia em dinheiro. A única alternativa é penhorar imóveis.

A briga parece ter chegado naquele limite em que, a partir de agora, o clube é o maior prejudicado. A penhora das contas seria sufocante. E a penhora de imóveis também não faz bem nenhum. Dificulta pedidos de empréstimos, por exemplo. Passou da hora de as duas partes tentarem um acordo.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.