Ex-presidente quer trocar penhora da Vila por conta corrente
Marcelo Teixeira vai recorrer da decisão da Justiça que aceitou a penhora da Vila Belmiro, oferecida pela diretoria do Santos, como garantia na ação que o colégio de sua família move contra o clube. Seu advogado tentará a penhora em tempo real das contas bancárias santistas.
A avaliação é a de que penhorar a Vila Belmiro desgasta sua imagem diante da torcida, além de o estádio não ser uma garantia que ofereça liquidez. Se Teixeira ganhar a ação e o Santos não tiver R$ 17 milhões para pagar, vender a Vila Belmiro será uma tarefa difícil.
Se as contas forem penhoradas, todo dinheiro arrecado será bloqueado para o pagamento da dívida. O ex-presidente santista já conseguiu isso em outra ação, de R$ 15 milhões, movida por ele e sua irmã, aguarda só a publicação do acórdão para o bloqueio. Ambos eram avalistas de um empréstimo junto ao banco Safra, feito durante sua gestão, mas que a atual diretoria não pagou. Nessa ação, quem vai recorrer é a diretoria, que quer evitar o bloqueio das contas oferecendo o CT Meninos da Vila para penhora.
Esse processo não tem nada a ver com a penhora da Vila, relativa à ação que o Colégio Santa Cecília move contra o clube por não pagamento de um empréstimo.
"O Marcelo Teixeira só emprestou esse dinheiro ao Santos porque sabia que no futuro o clube teria como pagá-lo. Ele sabia a estrutura que tinha montado, sabia que as categorias de base revelariam garotos que poderiam ser vendidos e dar lucro ao Santos. Então, não seria problema receber o dinheiro de volta. Ele e sua família sempre ajudaram o clube, nunca quiseram receber juros", afirmou o advogado de Teixeira, Marcelo Henrique Gazolli Veronez.
"O Marcelo só quer ser tratado com dignidade. Quer sentar e conversar com a diretoria para parcelar a dívida. Ele já quis fazer isso, mas o clube não aceitou. Ele não está sendo tratado como uma pessoa que colocou dinheiro do bolso no Santos e montou uma estrutura que deu dois títulos em seis meses. Está sendo tratado como bandido", afirmou Veronez ao blog.
A diretoria, por sua vez, diz que está pagando em dia outro empréstimo, no banco Itaú, que tem Teixeira como avalista. E que em ações com quantias altas, como R$ 17 milhões, é impossível oferecer garantia em dinheiro. A única alternativa é penhorar imóveis.
A briga parece ter chegado naquele limite em que, a partir de agora, o clube é o maior prejudicado. A penhora das contas seria sufocante. E a penhora de imóveis também não faz bem nenhum. Dificulta pedidos de empréstimos, por exemplo. Passou da hora de as duas partes tentarem um acordo.
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