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Fiel a Ricardo Teixeira, Mano precisa da cumplicidade do cartola

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09/07/2011 18h16

Mano Menezes fez tudo o que Ricardo Teixeira mandou. Renovou a seleção brasileira, afastou medalhões, podou os evangélicos e reconstruiu a parceria do time nacional com a Globo. Até abriu as portas da concentração para amigos do cartola, como Sandro Rossel, presidente do Barcelona.

O treinador confiou no chefe. Assim que o Brasil saiu da Copa da África do Sul, o presidente da CBF afirmou que o próximo treinador teria respaldo para reformular a seleção. Não faltariam tempo e tranquilidade para trabalhar, pois não existe a necessidade de jogar as Eliminatória do Mundial de 2014.

É natural que no início de trabalho tropeços aconteçam. O desempenho da seleção até agora na Copa América é horrível. Nem o sistema defensivo, ponto forte dos times de Mano funcionou contra o Paraguai. A menos que aconteça uma reviravolta na Argentina, haverá enorme a pressão popular para a CBF demiti-lo. Será a hora de Mano cobrar fidelidade recíproca de Teixeira. E esperar pela blindagem oferecida quando assumiu a seleção.

Dunga, seu antecessor, não contou com a cumplicidade do cartola, que nada fez contra a sua fritura em plena Copa do Mundo. Mais gente, como Emerson Leão, saiu reclamando da infidelidade do dirigente. Mano é a bola da vez.

Nos próximos dias teremos sinais do que deve acontecer com o treinador. Críticas veladas saindo da CBF, se acontecerem, serão como sinais de fumaça provocada pelo óleo quente. O comportamento da Globo, que ajudou a detonar Dunga, será outro termômetro.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.