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Improviso e corrida de carros levam culpa por problemas de Luís Fabiano

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13/08/2011 07h00

Logo após fechar com o São Paulo, Luís Fabiano passou por um inusitado início de recuperação. Fez tratamento improvisado num hotel de Sevilla e ainda precisou ir para Portugal assistir ao diretor que o contratou disputar uma corrida de carros.

No Conselho Deliberativo e até na diretoria são-paulina há quem credite parte dos problemas enfrentados pelo atacante em sua demorada recuperação ao começo incomum.

A primeira crítica é em relação a decisão de manter Luís Fabiano em tratamento por cerca de 20 dias num hotel na Espanha. O jogador preferia viajar para São Paulo e se cuidar no CT. Porém, Adalberto Batista, então diretor de marketing, e o presidente Juvenal Juvêncio decidiram enviar um fisioterapeuta para cuidar dele na Espanha, sem sair do hotel. No Morumbi, a suspeita é a de que o tratamento não foi bem feito por ser em local improvisado. E que o atleta pode ter perdido tempo na recuperação.

"Não houve falha. Levamos equipamentos e ainda alugamos outros lá. Ele teve tudo o que precisava, o hotel tinha uma baita academia. O que aconteceu no pós-operatório poderia ter acontecido com qualquer um. Isso é coisa de quem procura pelo em ovo", disse Adalberto, que virou diretor de futebol logo após contratar o atacante.

Segundo o dirigente, o jogador permaneceu na Europa porque precisava cuidar da mudança. "E o São Paulo tinha pendências do contrato para acertar antes de trazê-lo, precisávamos conseguir os patrocinadores", afirmou o cartola.

Adalberto recebe críticas de quem acompanhou a negociação por, supostamente, ter deixado o atleta na Espanha para tentar repatriá-lo já recuperado e para armar o retorno triunfal. Seria parte de sua "campanha" para ocupar o cargo no departamento de futebol. Ele considera a versão absurda.

Ainda no início da recuperação, Luís Fabiano viajou de carro de Sevilla para Lisboa a fim de assistir Adalberto numa corrida de automóveis. O dirigente é piloto. "Isso não influenciou em nada. Ele teria que viajar uns 600 km até Madrid para pegar o avião para São Paulo. Viajou uns 400 km até Lisboa", justificou o cartola.

É possível que as três semanas de tratamento improvisado na Europa não tenham atrapalhado Luís Fabiano. Mas, certamente, trazê-lo no dia seguinte à contratação para o conforto do CT seria a melhor maneira de tratar um patrimônio valioso como ele.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.