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Juvenal deixa decisão sobre eleição para janeiro

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17/11/2010 10h01

A grande dúvida no Morumbi é se Juvenal Juvêncio vai tentar se eleger mais uma vez presidente do São Paulo em abril.  Existem no clube diferentes interpretações sobre o estatuto, que só permite dois mandatos seguidos.

Juvenal já está em seu segundo, mas uma das avaliações é a de que esse é seu primeiro mandato após a última mudança no estatuto. E que por isso ele pode ser candidato.

Perguntei ao Juvenal, por telefone: "o senhor vai ser candidato?" Ele mal me deixou terminar a frase. "Só falo sobre eleição em janeiro".

Tentei perguntar a interpretação dele sobre o estatuto e se ele seria candidato, mas fui interrompido. "Não adianta você jogar cascas de banana, não vou escorregar. Só discuto sobre eleição em janeiro".

Minha interpretação é a seguinte: se Juvenal já tivesse descartado a candidatura teria dito isso agora e enterraria a polêmica. Como não falou, está em dúvida ou já decidiu ser candidato. Acredito mais que tenha dúvidas sobre o assunto.

A questão virou uma grande discussão jurídica no clube. A oposição está pronta para acionar a Justiça se o atual presidente disputar o pleito. Há também na situação quem acredite que Juvenal estaria ferindo o estatuto se tentasse um novo mandato. Porém, existem os que enxergam sua candidatura como legal.

Segundo os aliados do presidente, até agora ele mantinha o discurso de que precisava blindar o time por causa da disputa por uma vaga na Libertadores. Temia que a discussão política respingasse na equipe.

Num passado recente, o São Paulo se diferenciou de rivais como Corinthians e Palmeiras por trocar constantemente de presidente e por manter uma oposição forte. Hoje, seus adversários têm no comando cartolas com menos tempo no poder. E a oposição são-paulina está adormecida. Independentemente das qualidades de Juvenal, seria salutar para o São Paulo a troca de comando, como sempre foi.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.