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Kléber vê desrespeitado acordo para ganhar só menos do que Marcos

Perrone

07/07/2011 11h45

A insatisfação de Kléber com um salário inferior aos de Valdivia e Lincoln tem origem no que foi combinado em sua contratação. Segundo dois dos participantes da negociação, havia um acordo de cavalheiros para a remuneração do ex-cruzeirense ser o teto do clube para novos jogadores.

Kléber também ouviu que o Palmeiras passaria por um programa de corte de despesas. Dentro desse plano, logo Lincoln deixaria o Palestra. Assim, o Gladiador só poderia ganhar menos do que Marcos. O acerto foi feito com a antiga diretoria de futebol.

Mais tarde, porém, Valdivia foi contratado diretamente pelo então presidente Luiz Gonzaga Belluzzo com salário superior ao de Kléber. Gilberto Cipullo, ex-vice de futebol que trouxe Kléber, não participou da negociação com o chileno. Estava desrespeitado o trato com o Gladiador. Ele segue recebendo menos também do que Lincoln.

Segundo os palmeirense, Kléber custa ao clube entre R$ 240 mil e R$ 300 mil mensais. E Valdivia, sem contar comissões a empresários, por volta de R$ 400 mil.

O blog apurou que, desde a chegada do chileno, Pepe Dioguardi, o agente de Kléber, procurou a antiga diretoria para falar da suposta quebra de palavra. Conversou também com a atual direção.

Kléber ficou ainda mais insatisfeito ao vislumbrar um salário superior a R$ 500 mil no Flamengo. Os palmeirenses cogitam um aumento de até R$ 150 mil. Mas há no clube quem defenda vender os 50% dos direitos econômicos do atleta por 6 milhões de euros, o dobro do oferecido pelo Fla.

Para azedar mais o clima, o Palmeiras tenta contratar Henrique, com remuneração estimada em R$ 300 mil mensais. Não é demais imaginar que Kléber acredite ser justo essa quantia ser destinada a ele, em vez de ir para um novo reforço. Não que eu concorde com isso.

Os palmeirenses agora forçam Kléber a disputar sua sétima partida, assim que estiver recuperado, ou apresentar uma oferta melhor do Flamengo.

O salário de Kléber é ótimo, mas até entendo o sentimento de traição por um acordo não cumprido. Como também concordo que a diretoria atual tem problemas para assumir as promessas de seus antecessores, ainda mais por discordar deles.

O contrato garante ao Palmeiras o direito de exigir que Kléber jogue. A armadilha agora pode ser um novo atrito, como mais críticas do jogador aos cartolas. O ataque poderia tornar sua permanência insustentável.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.