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Luis Fabiano ajuda Juvenal a se vingar de Andrés, mas pagá-lo será difícil

Perrone

11/03/2011 20h33

A contratação de Luis Fabiano em cinco toques:

1- A vingança – O negócio foi anunciado horas após Andrés Sanchez comemorar a saída da Record da concorrência feita pelo Clube dos 13. O são-paulino Juvenal Juvêncio saboreou a contratação do atacante que o rival tanto tentou. Pagará apenas 600 mil euros a mais do que o Corinthians ofereceu. E a prazo. Andrés pagaria à vista.

No comunicado oficial, Juvenal lembrou que enfrentou a concorrência de potências da Europa. Ignorou o alvinegro do Parque São Jorge. Também disse que a negociação durou quatro meses. Ou seja, ela chegou a acontecer simultaneamente ao interesse corintiano.

2 – Top de linha – O São Paulo trouxe um atacante que cairia bem em todos os clubes brasileiros. Até no Corinthians, do goleador Liedson.

3 – Teimosia – A negociação prova mais uma vez que quando um jogador não quer ficar no clube é quase impossível segurá-lo. A transferência é fruto da insistência do atacante em sair. O Sevilla fez um péssimo negócio, pois já havia desprezado ofertas bem melhores.

4 – Centralizador – Mais uma vez, Juvenal mostrou como toca as coisas no Morumbi. Até ontem à notie, seus dois dirigentes responsáveis pelo futebol (Jão Paulo de Jesus Lopes e Leco) não tinham informações sobre a negociação.

5 – Sufoco – Não será fácil para o São Paulo arrumar 7,6 milhões de euros com ações de marketing em quatro anos para pagar a dívida com o Sevílla. Se o débito for quitado em parcelas anuais, serão quatro de 1.900.000 euros. Ou cerca de R$ 4,4 milhões. O São Paulo deve apresentar em seu balanço de 2010 um superávit de no máximo R$ 2 milhões.

 E vale lembrar que o Corinthians levou cerca de quatro meses para fechar o primeiro contrato de marketing para pagar Ronaldo. E que o Flamengo ainda tem dificuldades para explorar a imagem de Ronaldinho Gaúcho. Ambos são mais estrelas do que Luís Fabiano. Mas o são-paulino volta para casa num momento da carreira bem melhor em relação aos dois. Mas quando estiver perto da aposentadoria, o Tricolor ainda terá uma conta razoável para pagar confiando no valor de sua imagem. A menos que o negocie antes.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.