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Milésimo jogo faz corintianos relembrarem dia em que Rogério foi oferecido ao clube

Perrone

07/09/2011 10h10

A histórica milésima partida de Rogério pelo São Paulo, nesta quarta, virou tema de conversas entre cartolas corintianos. Eles relembram o dia em que o ídolo são-paulino foi oferecido ao clube por um empresário que dizia representá-lo, em 2001.

Há dez anos, Rogério enfrentava a maior crise de sua carreira e estava com um pé fora do São Paulo. A saída seria pela porta dos fundos. Tinha sido suspenso pela própria diretoria após se desentender com Paulo Amaral, presidente do clube, depois de alegar uma suposta proposta do Arsenal, interpretada como uma forma de pressão por um aumento.

No mesmo momento, os corintianos procuravam um goleiro experiente. Ficaram surpresos com a oferta, mas descartaram a contratação, pois tinham um plano mais ousado: tirar Marcos do Palmeiras. Seu contrato estava chegando ao fim. O projeto não evoluiu.

Pouco depois da sondagem, a notícia chegou aos jornais. Antonio Roque Citadini, vice de futebol corintiano, apagou o incêndio negando o interesse em entrevista. Rogério também sempre negou ter autorizado alguém a procurar o alvinegro.

Na ocasião, o imbróglio entre Rogério e a diretoria teve dimensão de escândalo. Os valores da suposta oferta do Arsenal foram apresentados num relatório em papel timbrado da Tango Marketing e Esportes, empresa que ainda não existia. Seria criada, segundo declarou na oportunidade Álvaro Reis Cerdeira, dono da Tango Instrumentos Musicais e amigo de Rogério.

Ele sustentou que uma oferta oficial do time inglês foi feita por meio de dois empresários. Um deles, Arion Bueno Oliveira Júnior, negou representar a equipe estrangeira e disse que os números colocados no documento tinham sido falados informalmente numa conversa sobre quanto o Arsenal pagaria a um goleiro. Negou existir uma proposta, o que o próprio clube fez depois por fax.

O caso caiu no esquecimento. Assim como o flerte com o Corinthians. Prova de uma imunidade rara dada pela torcida a Rogério. Não me lembro de outro jogador que tenha seus deslizes apagados da memória pelos torcedores dessa forma. Certamente, os são-paulinos não se arrependeram da chance dada ao goleiro de seguir no clube sua história, escrita mais com glórias do que vexames.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.