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Movimento tenta separar futebol palmeirense do clube

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05/06/2011 09h26

Foi detonada no Palmeiras uma operação apelidada por conselheiros de "Fim da dinastia do beirute". O nome é inspirado no sanduíche que é a especialidade do restaurante do presidente do clube, Arnaldo Tirone, e também da lanchonete de Roberto Frizzo, vice de futebol.

Se vingar, o movimento vai enfraquecer  o poder dos dois cartolas sobre os rumos do futebol alviverde. A largada aconteceu com um abaixo-assinado para que o Conselho Deliberativo vote a criação do Conselho Gestor do Futebol. Seis dirigentes, eleitos num pleito posterior, passariam a comandar o departamento.

A cúpula do futebol teria alas independentes da gestão do restante do clube. Contaria, por exemplo, com setores jurídicos e financeiros próprios.

Se a ideia vingar, Tirone e Frizzo deixariam de concentrar o poder. É difícil falar em golpe nesse caso. Separar o futebol é um antigo desejo do grupo comandado pelo ex-presidente Mustafá Contursi. Fez parte do projeto eleitoral de Tirone. Ele afirmou que brigaria por esse sistema, se fosse eleito.

A implantação desse formato é discutida superficialmente em vários clubes, e merece um debate sério. Porém, como quase tudo no Palmeiras, ganhou um desenho político.

O movimento acontece num momento em que aumenta a pressão sobre o vice de futebol, apesar da boa fase do time. Frizzo é criticado por, entre outras coisas, ser centralizador, não conseguir contratar a maioria dos reforços pedidos por Felipão e começar a pagar comissões consideradas altas a empresários.

 Recentemente, ele foi atacado no Conselho Deliberativo até por não tentar vetar árbitros que provocam alergia nos palmeirenses, como Paulo César de Oliveira. A maioria das críticas respinga também no presidente.

O grupo de Mustafá afirma já ter 40 assinaturas além das necessárias para obter a aprovação do Conselho. A missão dos conselheiros agora vai contra a natureza do cargo. Precisam analisar tecnicamente a questão, sem que ela vire munição política nas mãos dos homens-boma presentes no órgão.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.