Topo

Perrone

O velho truque da Taça das Bolinhas

Perrone

21/02/2011 22h05

 A ideia funcionou, mas não é original: usar a disputa entre Flamengo e São Paulo pela Taça das Bolinhas para rachar o Clube dos 13.

 Às vésperas da última eleição do C13, a CBF declarou o São Paulo primeiro pentacampeão brasileiro e reacendeu o conflito entre rubro-negros e tricolores. Na ocasião, estremeceu o grupo que apoiava o candidato à reeleição, Fábio Koff. Mesmo assim ele ganhou.

Agora, perto da publicação do edital de concorrência da venda dos direitos de transmissão do Brasileiro, o troféu volta a ser usado como munição.

Primeiro, foi entregue ao São Paulo pela Caixa Econômica Federal. E o reconhecimento da conquista do Brasileiro de 87 pelo Flamengo pode ter sido o golpe de misericórdia. O São Paulo não vai entregar a taça ao rubro-negro. Em retaliação, o time da Gávea deve anunciar sua saída do C13.

Nada parece ter sido por acaso. Tanto é que Andrés Sanches já estava no Rio antes de o anúncio da CBF ser feito. Nesta segunda, ele se encontrou com executivos da Globo para falar mais uma vez sobre o próximo contrato. Andrés prefere a Globo porque tem melhor relacionamento com ela do que com as outras emissoras. Acha que assim pode obter mais dinheiro para o Corinthians. E se vingar a ideia de criação do G7, ele vai ferir o rival Juvenal Juvêncio, um dos três todos-poderosos do C13. Os outros são Koff e Alexandre Kalil, do Galo.

O contrato sem Flamengo e Corinthians, além de outros clubes que eles tentarão arrastar, valeria muito menos. A entidade ficaria esvaziada e perderia sua principal atividade. Assim, Ricardo Teixeira também se vingaria da derrota de seu candidato, Kléber Leite, na eleição do C13, e fortaleceria seus laços com o presidente do Corinthians. Tudo isso com a ajuda da Taça das Bolinhas.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.