Topo

Perrone

Palmeiras negociou estreia no DF por R$ 300 mil, mas FPF vetou

Perrone

27/04/2011 22h59

O Palmeiras negociou com a BWA por R$ 300 mil o direito de escolher o local da partida de estreia do time no Brasileirão. A empresa, que ficaria com a receita de bilheteria, decidiu levar o jogo para o estádio Bezerrão, no Distrito Federal, mas a Federação Paulista barrou os planos.

A assessoria de imprensa da FPF disse ao blog que a partida não será no DF. Afirmou que a federação não tem poder de proibir, mas pede para que seus filiados não atuem como mandantes fora de São Paulo. Alegou que o jogo é de responsabilidade da FPF e sua realização em outro Estado traria dificuldades operacionais para a entidade.

O problema é que o Palmeiras já recebeu o sinal da BWA pela negociação, de acordo com dois cartolas do clube. O alviverde não pode jogar na capital paulista porque precisa cumprir punição de um jogo fora da cidade referente ainda ao Brasileiro de 2010.

"A federação soube que estávamos negociando, se antecipou e nos disse que não quer a partida em outro Estado. Temos que respeitar sua vontade", afirmou ao blog Roberto Frizzo, vice de futebol palmeirense. Ele disse não saber se o clube já recebeu da BWA parte do dinheiro pela negociação. "Não sei das questões financeiras, mas sei que o contrato não foi assinado", declarou.

Além do imbróglio com a FPF, o acordo para jogar no Bezerrão colocou mais lenha na fogueira da política palmeirense. Dirigentes do clube afirmam que havia uma proposta para fazer a estreia em São José do Rio Preto, recebendo mais do que os R$ 300 mil oferecidos pela BWA. Só que a oferta teria sido rejeitada. Argumentam que além de ganhar mais dinheiro no interior, a torcida seria praticamente só alviverde. No DF, o Botafogo teria mais fãs do que em Rio Preto.

Conselheiros desafetos de Frizzo afirmam que ele é o responsável pela negociação para jogar no Bezerrão e chamam a ação de "frizzada", em referência a atitudes que o vice toma sozinho e que não dão certo, segundo seus detratores.

"Eu jamais levaria o Palmeiras para Brasília se tivesse uma proposta maior para levar para outro lugar, nem se a Dilma Rousseff pedisse", disse Frizzo, negando que tenha recebido oferta superior. "Mas isso é histórico no Palmeiras, depois que você fecha um negócio aparece alguém dizendo que tinha um melhor. Não faria isso para favorecer a BWA ou qualquer outra empresa". completou.

 Frizzo disse que a BWA, concorrente da empresa que cuida dos ingressos do Palmeiras, apenas transmitiu ao clube o desejo do governo do DF de receber a partida. E que a proposta era boa. Outras alternativas serão estudadas agora.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.