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Palmeiras: o contra-ataque de Gilberto Cipullo

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26/11/2010 18h42

Gilberto Cipullo, vice-presidente que foi afastado do futebol palmeirense quando Salvador Hugo Palaia assumiu interinamente a presidência do clube, enviou e-mail para o blog com respostas a declarações de Wlademir Pescarmona. Seu substituto havia criticado ao blog nesta quinta-feira contratações caras feitas durante a gestão de Cipullo e reclamado do desempenho do time. Pediu para que seu antecessor viesse a público para se explicar e afirmou que gostaria de ver o retorno de Gilberto para que ele resolvesse os problemas.

Em sua resposta, Cipullo afirma não ter participado da contratação de Valdivia, provavelmente a mais cara do país e que fará o clube gastar, incluindo comissões, mais de R$ 2o milhões. Confira a resposta de Cipullo na íntegra:

"Em relação às declarações do Pescarmona, observo o seguinte:

1 – Inicialmente, cumpre lembrar que todas as contratações foram efetuadas com o conhecimento e aprovação da presidência do clube. Aliás, duas delas, Kléber e Valdivia, foram feitas diretamente pela presidência (especialmente a do Valdivia, na qual a diretoria de futebol não participou nem mesmo do contrato do jogador). Assim, as declarações do atual diretor atingem não só à diretoria de futebol, mas também e principalmente a própria prêsidencia, o que é, no mínimo, deselegante.

2 – O atual diretor fala no número de R$ 4 milhões de folha de pagamento como se fosse um absurdo. Na realidade, trata-se de  inexperiência e desconhecimento do mercado. Este é o nível das folhas dos grandes clubes brasileiros. Para se ter uma ideia, no ano passado, nossos gastos no futebol estiveram em quinto lugar (quatro clubes gastaram mais). A despesa do futebol, na gestão que nos antecedeu, era de R$ 2,1 milhões mensais (em 2006) para uma receita de R$ 55 milhões. Nossa folha, hoje, é de R$ 4,5 milhões mensais para uma receita R$ 115 milhões. Ou seja, nossos gastos aumentaram de forma responsável, uma vez que aumentaram na mesma proporção do aumento de nossas receitas, e estão no nível dos principais clubes brasileiros. E é importante esclarecer, também, que na soma dos três anos e nove meses  nossa gestão foi  superavitária em mais de quatro milhões de reais.

A diferença é que na gestão anterior à nossa o Palmeiras brigava para não cair. Em 2006 somente não caiu graças à Ponte Preta. Na nossa gestão, apesar de 2010 ter sido um ano ruim, o Palmeiras  voltou a ser um protagonista importante  em todos os campeonatos que disputou, inclusive com a conquista do Paulista de 2008 ( que,por incrível que pareça,  somente no Palmeiras não é valorizado). Aumentamos nossos gastos de acordo com o aumento de nossas receitas,  voltamos a disputar títulos, vencendo um, e deixamos uma equipe muito mais competitiva.

3 – Muito estranho o novo diretor declarar que eu deveria voltar. Foi feita uma grande pressão para que eu saísse. Minha substituição foi feita durante a  enfermidade do  presidente [Luiz Gonzaga Belluzzo]. E na primeira crise, pedem para que eu volte…"

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.