Topo

Perrone

Palmeiras paga até secretário para jogadores

Perrone

28/01/2011 13h52

A nova diretoria do Palmeiras tem sido pressionada por alguns de seus cabos-eleitorais a demitir funcionários nomeados pela administração anterior. As demissões já começaram, mas há queixas de que elas estão demorando no futebol. Roberto Frizzo, vice de futebol, quer evitar decisões precipitadas.

Enquanto isso, a nova diretoria vai descobrindo gastos curiosos e situações inesperadas. Confira algumas.

Secretário –  Durante sua gestão, o ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzo contratou um amigo dos jogadores para trabalhar como uma espécie de secretário. Ele cuida de assuntos particulares dos atletas. Paga contas, faz serviços de despachante e, eventualmente, até vende veículos quando os boleiros querem se desfazer deles. Seu apelido é Moeda. Ele caiu nas graças de alguns cartolas após ajudar a convencer Vágner Love a voltar ao Palestra Itália. Ambos são muito amigos.

Multa  – Nos últimos dias da administração anterior, contratos de alguns funcionários foram renovados, o que deve gerar mais gastos se els forem demitidos agora. Um dos casos que mais impressionou a nova diretoria foi o de um funcionário do departamento amador. Segundo os cartolas, sua multa rescisória é de R$ 2 milhões.

Altos salários – A remuneração de alguns funcionários do departamento de futebol profissional também é considerada alta pela nova diretoria. Caso do gerente Galeano, que recebe cerca de R$ 35 mil mensais, de acordo com diretores. Ele deve permanecer no cargo, pois seu trabalho é elogiado por Luiz Felipe Scolari.

Comissões – Outra questão polêmica é a quantidade de comissões devidas a empresários. O caso mais curioso envolve a contratação de Luiz Felipe Scolari. O Palmeiras deve R$ 250 mil ao agente Roberto Tadeu, o mesmo que tentou trazer Ronaldinho. Mas o treinador negou a participação do empresário na negociação. Antes de deixar o cargo, o ex-vice de futebol, Gilberto Cipullo, conversou com Felipão para explicar a situação.

"Quando da discussão do contrato e das condições de trabalho, o Felipão me pediu que o assunto fosse tratado com um amigo dele, o Tonietto, que vinha acompanhando (juntamente com o Tadeu) meus entendimentos com o Felipão. Os dois empresários vieram discutir o contrato comigo e me pediram para dividir a comissão em duas partes, metade para cada um. Ocorre que o  Tonietto não havia falado ao Felipão sobre a participação do Tadeu", disse Cipullo ao blog. De qualquer forma, o clube se comprometeu a pagar R$ 500 mil em comissões para empresários na contratação de um treinador. Na minha opinião, um gasto exagerado.  Tadeu me telefonou para dizer que foi o primeiro a sugerir a contratação de Felipão. E que esteve o tempo todo no negócio. Se ele não receber, o caso deverá parar na Justiça.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.