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Para diretoria, Dorival foi egoísta

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22/09/2010 00h37

A diretoria do Santos agora abre um leque de argumentos para tentar justificar a polêmica decisão de ficar do lado de Neymar e preferir a queda de Dorival Júnior. Veja se você concorda com essas justificativas.

 Uma das queixas dos cartolas é a de que o treinador foi egoísta. Só pensou em construir uma imagem de técnico com pulso firme e não ligou para a necessidade do Santos de ter um time mais forte no clássico. Na cabeça dos dirigentes, ele também não ligou para a pressa do clube em  recuperar a imagem do jogador tratado como uma mina de ouro pelo departamento de marketing santista. Afastado, Neymar é menos atraente para possíveis patrocinadores.

Outra reclamação é a de que Dorival deu mais bola para a opinião do auxiliar Ivan Izzo, que bateu-boca feio com Neymar, do que para o que diziam os dirigentes. Essa é a explicação dos cartolas para ele ter descumprido o acordo que teria feito com a diretoria para escalar o atacante contra o Corinthians. Antes da saída de Dorival, parte dos dirigentes pedia a cabeça de Ivan.

O presidente Luís Álvaro também ficou irritado porque teve de recuar e anunciar, por meio de uma nota, que Neymar estava afastado do jogo com o Guarani. Isso depois de o dirigente dizer que a única punição seria uma multa.

A diretoria também ficou incomodada com o fato de a cada dia aparecer uma punição nova para Neymar. Foi como se a cada 24 horas um arranhão novo fosse feito na imagem que o clube mais tenta vender.

Julgamento final dos patrões de Dorival: o treinador transformou o Santos num time capaz de perder para ele mesmo, pois por vontade própria ficou desfalcado de seu jogador mais importante. Então, chegou o momento de ir ao mercado e procurar um novo comandante. Nas palavras de um dos cartolas, "hora de trazer um Abelão da vida".

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.