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Para Globo é simples: sem preferência, menos grana

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16/09/2010 04h00

 Antes de o Ministério Público Federal indicar prática de cartel no contrato entre Clube dos 13 e  Globo, a emissora discutia  o fim da cláusula que lhe dá preferência na renovação mexendo no bolso dos cartolas.  Em conversas com dirigentes dos clubes, a emissora tratou do tema com um raciocínio simples. Ter o privilégio de igualar outras ofertas vale dinheiro, e ela sempre esteve disposta a pagar por isso. Se os dirigentes não querem mais ter essa receita, como anunciaram antes da decisão do MP, ela vai oferecer menos do que pagaria para manter a vantagem.

A cláusula de preferência é um dos principais problemas apontados pelo Ministério Público Federal.  Antes de o órgão tomar sua decisão, o C13, que acompanhava a investigação, anunciou às emissoras e aos times que retiraria a preferência do próximo acordo.

O comunicado foi feito depois de  o diretor-executivo do C13, Ataíde Gil Guerreiro, do São Paulo, defender o fim do direito de preferência no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A defesa foi feita neste ano, quando o cartola foi chamado para falar ao Cade, que já tinha acionado o MP. 

Guerreiro defende o fim da preferência, até então sempre aceita pelo C13, alegando que ela assusta a concorrência já que basta para a Globo igualar qualquer oferta feita por outra emissora.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.