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São Paulo convoca fundador do C13 para brigar pela Taça das Bolinhas

Perrone

24/02/2011 14h52

O São Paulo contratou o escritório de Carlos Miguel Aidar, aliado político de Juvenal Juvêncio, para defender o clube na ação em que a Justiça pede que a Taça das Bolinhas seja devolvida à Caixa Econômica Federal. Confira a entrevista com o ex-presidente são-paulino e um dos fundadores do Clube dos 13 em 1987.

Qual será a sua linha de defesa na ação da Taça das Bolinhas?

Preciso estudar. Vou ler tudo, ligar para o Sport e falar com a Caixa Econômica para me situar. Estamos todos no mesmo barco, só a CBF está em outro. Vou acionar nosso pessoal no Rio… O fato de a Taça ser entregue uma vez para o São Paulo é uma vantagem. Ela não foi entregue a ninguém antes.

A decisão do presidente de acionar o senhor sugere que Juvenal Juvêncio passou a dar importância máxima ao caso…

Não é uma questão só da Taça das Bolinhas, é uma questão de poder, de como a CBF manipulou a situação para rachar o Clube dos 13. O mundo do futebol sabe como o Ricardo Teixeira é manipulador.

O que mudou desde a fundação do Clube dos 13?

Nada. Os clubes continuam abaixando as calças para a CBF, uma entidade manipuladora. Não concordávamos com uma série de coisas, que continuam acontecendo. A CBF é um instrumento para realização de benefícios pessoais. Não estou falando de roubo, mas de desejos pessoais. Convida um para viajar com a seleção, leva um amistoso para determinada cidade. Não briga pelos interesses dos clubes. Aí fica uma meia-dúzia lutando contra o dragão, enquanto a maioria dos clubes continua sendo administrada por presidentes submissos. Por isso, deixei a vida administrativa no futebol.

Quais eram os objetivos da criação do Clube dos 13?

Aquela entidade que idealizei em 1987 deveria ser a semente de uma liga independente, que faria o seu campeonato independentemente da CBF. Mas aí a bola começou a rolar, um começou a reclamar que o juiz não deu um pênalti no jogo contra o outro. As brigas começaram, os interesses pessoais falaram mais alto, e nada mudou até hoje. É bom que aconteça esse racha.

Por quais motivos isso é bom?

Porque o Clube dos 13 perdeu a razão de existir. Virou um aglomerado de clubes, nada além disso. Perdeu o seu sentido inicial. E, mais uma vez, Ricardo Teixeira vencerá. Temos que tirar o chapéu para ele, conseguiu o que queria desde que seu candidato perdeu a eleição do C13. Ele é a pessoa mais vingativa do futebol brasileiro. 

O que achou da briga por causa do contrato de TV?

A Record parece que estava mais forte. Só que a Globo é parceira da CBF. Tudo que aconteceu mostra que o futebol continua nas mãos de gente oportunista.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.