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Comissões pela compra de Valdivia sufocam Palmeiras

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24/09/2010 22h35

É praxe no futebol os clubes pagarem comissões a agentes quando vendem seus jogadores. Mas na compra de Valdivia pelo Palmeiras aconteceu o contrário. Pelo menos três pessoas cobram porcentagens pela concretização do negócio. Segundo um dirigente do clube, mais dois credores vão aparecer. O caso tem potencial para virar um imbróglio jurídico e uma crise administrativa.

A comissão que mais incomoda os dirigentes é a de um advogado, que cobra pelo menos R$ 200 mil por ter assessorado o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo. Ele ajudou a fazer o contrato pelo qual o conselheiro Osório Henrique Furlan Júnior comprou parte dos direitos do chileno.

Belluzzo tocou o negócio sozinho, por isso ninguém no clube sabia da comissão. Só agora o caso chegou  à diretoria de futebol, que é contra o pagamento. O imbróglio pode gerar uma ação na Justiça por parte do advogado.

A contratação de Valdivia ficou ainda mais cara porque o Palmeiras recrutou o agente Rodolfo Forte Neto, que foi para Alemanha com  Marcelo Solarino, diretor de relações internacionais, tratar da compra. "Ele estava autorizado pelo presidente do clube a representar o Palmeiras porque tem bom trânsito com dirigentes dos clubes árabes. É o único intermediário autorizado", disse ao blog Solarino.

Outra comissão a ser paga pela operação é para o pai de Valdivia, que atuou como procurador do jogador. O clube parcelou a dívida e pagou até agora 30% do valor. "A Fifa diz que o agente do jogador tem direito a uma remuneração por acertar o contrato do atleta. Nós fizemos um acordo e aceitamos pagar essa comissão no lugar do Valdivia", explicou Solarino.

Francisco Campizzi Busico Júnior, diretor financeiro do Palmeiras, diz só ter conhecimento das comissões a serem pagas ao pai de Valdivia  e a mais um empresário.  Pelo tom dos dirigentes que tiveram acesso aos pedidos de pagamento de comissões, a história ainda vai dar muito pano para a manga.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.