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Carpegiani triunfa sem comando paralelo

Perrone

04/11/2010 10h37

Ouvi a seguinte frase de um dirigente são-paulino: "O Carpegiani está dando certo porque agora deixam o técnico trabalhar sem um comando paralelo. Ninguém fica ligando e sugerindo esse ou aquele jogador da base".

Para o mesmo cartola, os jogadores perceberam que o treinador não é vulnerável a palpites externos e disputas políticas. Toma decisões sem ser influenciado pelos outros. Assim, ganhou o respeito dos atletas.

De fato, desde que Carpegiani assumiu o time as queixas de jogadores pararam de acontecer. Para muitos no Morumbi, simplesmente porque os atletas perceberam que o novo comandante tem pulso firme.

É verdade também que agora não ouvimos tantas declarações de cartolas elogiando as categorias de base do São Paulo, diferentemente do que ocorria na época em que Baresi era o treinador.

A impressão que ficou no Morumbi na frustrada tentativa de bombar Sergio Baresi é a de que o jovem técnico foi usado por uma corrente política que transformaria a valorização das categorias de base em plataforma de campanha nas próximas eleições no clube, em abril. Agradar o departamento amador significa ganhar o apoio de um grupo de conselheiros.

Como o projeto Baresi fracassou, a estratégia fez água. Sorte de Carpegiani, que voltou a ter uma oportunidade no clube e ganhou tranquilidade para trabalhar. Principalmente pela rapidez com que obteve bons resultados. A vitória sobre o Cruzeiro foi o ápice dessa evolução.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.