Topo

Perrone

Oferecer jogadores ao BMG virou rotina no Corinthians

Perrone

04/11/2010 18h56

Como o BMG conseguiu ter participação nos direitos econômicos de pelo menos dez jogadores no Corinthians? Foi por iniciativa da diretoria, que se acostumou a recorrer ao banco sempre que faltava dinheiro para pagar suas contas.

De acordo com quem acompanhou as negociações, nos momentos de sufoco os cartolas procuravam o banco com uma lista de jogadores para oferecer parte dos direitos. A primeira negociação ocorreu no ano passado, envolvendo garotos da base. Foi a maneira encontrada pelos corintianos para conseguir dinheiro rápido.  E podendo deixar para usar garantias como cotas de TV para empréstimos bancários quando fosse necessário.

O fundo de investimentos controlado pelo banco gosta de variar. Prefere comprar fatias entre 10% e 15% de diversos jogadores, a adquirir, por exemplo, 40% de um só atleta. Espalhar os investimentos, significa diluir os riscos. E, o mais importante: quanto menor a participação do clube no atleta, menos interesse a diretoria tem em vendê-lo.

O relacionamento entre Andrés Sanchez e os representantes do BMG é muito bom. Assim, os investidores não temem reações como a do Santos, que se recusou a vender Neymar, contrariando o Grupo Sonda.

Não há nada de irregular em um clube negociar tantos jogadores com o mesmo grupo de investidores. Mas recorrer seguidamente a esse procedimento, entregando fatias de alguns dos atletas mais promissores, indica que a situação financeira não é tão boa quanto gosta de alardear a diretoria corintiana.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.